Foi sargento do exército israelita mas não aguentou os abusos (execução de civis desarmados, racismo). Fundou uma organização polémica que apela aos soldados para denunciarem os crimes.
Yehuda Shaul, de 35 anos, é uma figura controversa. O Nobel da Literatura, Mario Vargas Llosa, classificou-o como "uma das pessoas mais sensatas e sábias de Israel", enquanto o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, o definiu como "espião e traidor". Tudo porque, em 2004, abandonou o exército para fundar a Breaking the Silence (BtS), uma organização que convida soldados e veteranos a denunciarem os abusos cometidos na ocupação militar da Palestina (Cisjordânia e Gaza). Nos últimos 14 anos, a BtS recolheu os testemunhos de 1.100 soldados israelitas e leva cerca de 12 mil pessoas por ano à Cisjordânia, incluindo estrelas de Hollywood e escritores, para verem as práticas ilegais de Israel nos territórios ocupados: demolições de casas, encerramento de lojas e execuções de civis desarmados. Nos últimos anos, a direita israelita, no Governo, tem tentado silenciar os soldados dissidentes: a BtS foi vítima de ataques informáticos, há uma lei em fase de aprovação para os impedir de se apresentarem nas escolas, agressões aos elementos do grupo e uma tentativa de incendiar os escritórios. Em 98 minutos, o ex-sargento explica porque é que os snipers israelitas estão a alvejar palestinianos em Gaza, conta como chegou a ver comandantes disparar contra a cara de árabes desarmados e profetiza que Israel caminha a passos largos em direcção ao apartheid.
Ele convida os soldados de Israel a denunciar os abusos
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O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.