"As receitas marginais [com o saneamento básico] não serão suficientes para providenciar serviços de saneamento para 5,5 mil milhões de pessoas nos próximos 12 anos", vaticina a organização internacional no relatório "Aumentar os fluxos financeiros no saneamento urbano: o que governantes e autoridades locais podem fazer", hoje divulgado.
O relatório, datado de Março, elegeu oito cidades como casos de estudo: Marraquexe (Marrocos), Dacar (Senegal), Bogotá (Colômbia), Blumenau (Brasil), Nairobi (Quénia), Baguio (Filipinas), Jodhpur (Índia) e eThekwini (África do Sul).
O Conselho Mundial da Água, do qual é membro a empresa Águas de Portugal, entende que "o aumento do progresso não se compadece com a continuação da rápida urbanização" e apela a governos, autoridades locais e reguladores para "adoptarem novas políticas".
Entre essas políticas, a organização fundadora do Fórum Mundial da Água, cuja oitava edição terminou hoje em Brasília, no Brasil, recomenda a promoção de iniciativas que atraiam novos investidores para o sector do saneamento, a criação de estruturas independentes que definam as tarifas e a revisão regular do tarifário.
Para o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, citado em comunicado, "o saneamento urbano é dispendioso e requer financiamento consistente e substancial".
Benedito Braga estima que o custo com os serviços de saneamento nas cidades ascenda a 45 mil milhões de dólares (36 mil milhões de euros) por ano até 2030, "um valor cinco vezes superior ao investido actualmente".
Criado em 1996, o Conselho Mundial da Água agrega mais de 300 membros de mais de 50 países. A sua sede é em Marselha, França.