Depois do anúncio de retaliação por parte da China Trump contra-atacou com uma tarifa adicional de 50% aos produtos chineses. Com as tarifas adicionais grande parte dos produtos chineses podem passar a enfrentar impostos de 104%.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo não mostra sinais de abrandamento e Pequim prometeu "lutar até ao fim" depois de o presidente dos Estado Unidos, Donald Trump,anunciar mais tarifas sobre a China.
REUTERS/Kevin Lamarque/File Photo
Tudo começou depois de Donald Trump ter anunciado tarifas "recíprocas" que os Estados Unidos começam a aplicar aos produtos importados de diversos países na quarta-feira, no caso da China estas tarifas foram anunciadas, numa primeira fase, de 34%.
Trump contra-atacou com o anúncio, esta semana, que a Casa Branca vai impor uma tarifa adicional de 50% aos produtos chineses se Pequim não retirar as tarifas que anunciou. Com as tarifas adicionais grande parte dos produtos chineses podem passar a enfrentar impostos de 104%.
Smartphones, computadores, baterias de lítio, brinquedos e outros produtos de tecnologia são as principais exportações chinesas para os Estados Unidos, no entanto muitos outros produtos podem sofrer o impacto das tarifas, como parafusos ou caldeiras.
Washington avançou que as tarifas adicionais vão ser introduzidas já na quarta-feira e apesar de nenhum dos países parecer interessado em alterar as suas posições, a questão que se mantém é quem será o primeiro a recuar?
Alfredo Montufar-Helu, consultor do China Center no think tank The Conference Board, acredita que "seria um erro pensar que a China vai recuar e remover as tarifas unilateralmente". "Isso não só faria a China parecer fraca, mas também daria vantagens aos Estados Unidos para exigir mais. Agora chegámos a um impasse que provavelmente levará a uma dor económica de longo prazo".
"O que estamos a ver é um jogo para saber quem é que consegue suportar mais a dor. Já não estamos a falar sobre qualquer ganho", defendeu Mary Lovely, especialista em comércio entre os Estados Unidos e a China no Peterson Institute em Washington DC, à BBC. Apesar da desaceleração da economia chinesa, o governo de Pequim pode "esta disposto a suportar a dor para evitar render-se ao que acredita ser uma agressão dos EUA".
Os mercados globais estão em queda desde a semana passada, altura em que as tarifas de Trump entraram em vigor. Os mercados financeiros asiáticos tiveram a sua pior queda na segunda-feira depois do anúncio das tarifas adicionais, mas conseguiram uma ligeira melhoria esta terça-feira.
Vários especialistas têm partilhado as suas preocupações relativas às volatilidades dos mercados que estão a deixar os governos, empresas e investidores com pouco tempo para se ajustarem.
No caso específico da China, além de preparar tarifas retaliatórias, o país parece estar a preparar medidas mais agressivas. Exemplo disso é que permitiu que a sua moeda, o yuan, enfraquecesse de forma a tornar as exportações chinesas mais atraentes para os restantes países e empresas estatais têm comprado ações no que tem sido considerado como um movimento para estabilizar o mercado.
As exportações têm sido consideradas um fator-chave no crescimento explosivo da China verificado nas últimas décadas e continuam a ter um poder impulsionador significativo, apesar da tentativa do país em diversificar a sua economia, pelo que se as exportações forem afetadas o fluxo de receita deverá diminuir bastante.
Mas não é só a China que deve estar preocupada com os impactos das tarifas nas suas exportações. De acordo com o gabinete do Representante Comercial dos EUA, os norte-americanos importaram 438 mil milhões de dólares (399 mil milhões de euros) da China em 2024. As exportações dos Estados Unidos para a China estão avaliadas em 143 mil milhões de dólares (130 mil milhões de euros).
Outra das questões deixadas por esta guerra comercial é como é que os Estados Unidos vão encontrar alternativas de fornecimento para os produtos chineses, especialmente tendo em conta as necessidades imediatas e que também foram emitidas tarifas para muitos outros países que poderiam ajudar a suprir essas necessidades.
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