Carola Rackete entrou em águas territoriais italianas sem autorização e foi detida em Lampedusa. Salvou a vida de 40 migrantes mas agora arrisca uma pena de prisão até 10 anos.
A comandante alemã do navio da ONG Sea Watch, Carola Rackete, foi detida este sábado pelas autoridades italianas ao ter atracado no porto da cidade de Lampedusa sem autorização. Rackete invocou a necessidade de desembarcar 40 migrantes que estavam há 17 dias no mar, mas pode agora arriscar uma pena até 10 anos de prisão por "resistência ou violência contra um navio de guerra".
Esta quarta-feira, o navio humanitário decidira romper o bloqueio imposto pelo governo de Itália – especialmente o ministro do Interior, Matteo Salvini - e entrar em águas territoriais italianas para fazer o desembarque dos migrantes a bordo.
"Decidi entrar no porto de Lampedusa. Sei o que estou a arriscar, mas os 40(…) estão exaustos. Estou a levá-los para um porto seguro", explicou Carola Rackete, depois da detenção. De acordo com o jornal La Repubblica, um barco de patrulha da guarda italiana tentou bloquear a entrada da embarcação da ONG no porto.
Tem 31 anos, é alemã e capitã do navio da organização não-governamental Sea Watch. Foi contra as ordens do ministro do Interior italiano porque sentiu "uma obrigação moral" de ajudar aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades que ela. - Mundo , Sábado.
Tem 31 anos, é alemã e capitã do navio da organização não-governamental Sea Watch. Foi contra as ordens do ministro do Interior italiano porque sentiu "uma obrigação moral" de ajudar aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades que ela. - Mundo , Sábado.
Numa conferência de impressa realizada na passada sexta-feira, a capitã dizia estar convencida de que "a Justiça italiana vai reconhecer que a lei do mar e os direitos das pessoas estão acima da segurança e do direito da Itália às suas águas territoriais". Rackete, que se tornou num símbolo de desafio, está agora sob investigação por violar as leis da Itália contra os navios de resgate não-governamentais.
De acordo com uma fonte do Ministério das Relações Exteriores, o Sea-Watch 3 poderá ser apreendido e poderá ainda enfrentar uma multa de 20 mil euros que, se não for paga, poderá chegar a 50 mil euros.
O Governo do Interior da Itália continua a recusar a autorização do desembarque dos resgatados, enquanto não obtiver um acordo com outros países europeus para receber os migrantes.
Carola, de 31 anos, trabalha como voluntária na Sea Watch, de acordo com o Corriere della Sera. Licenciada em conservação ambiental na universidade de Edge Hill, em Lanchashire, Grã-Bretanha, com cinco idiomas no currículo. Esteve ainda durante dois anos no navio Arctic Sunrise da organização ambiental Greenpeace. Em 2017, começou a coordenar as missões aéreas das aeronaves de reconhecimento Moonbird e Colibri, utilizadas para patrulhar o Mediterrâneo.
"A minha vida foi fácil, pude estudar em três universidades. Sou branca, alemã, nascida num país rico e com o passaporte certo. Quando percebi isto senti uma obrigação moral: salvar aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades que eu", escreveu a alemã no Twitter – na sua página pessoal que foi entretanto apagada da rede social.
As intenções da alemã não eram, porém, vistas de bom grado pelo ministro do Interior italiano. "O navio Sea Watch 3 não se importa com as regras e participa no tráfico de pessoas. Não darei autorização para atracar, nem agora, nem no Natal ou no Ano Novo, aos que não se importam com as regras", afirmou na passada quinta-feira Matteo Salvini, em declarações a uma rádio local.
Capitã do Sea Watch detida após salvar 40 migrantes em Itália
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