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Alexandre de Moraes considerou a denúncia falsa, uma vez que o senador que a realizou se recusou a prestar um depoimento oficial.
Alexandre de Moraes, juiz do Supremo Tribunal do Brasil, confirmou ter sido abordado por um senador que denunciou uma tentativa de golpe de Estado ligada a Bolsonaro. Esse senador, Marcos do Val, esteve presente numa reunião com o antigo presidente brasileiro e com o senador Daniel Silveira em 2022.
REUTERS/Adriano Machado
O juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil é o responsável pelo inquérito à invasão do Palácio do Planalto, da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF), a 8 de janeiro. Confirmou que o senador Marcos do Val entrou em contacto consigo em declarações dadas durante a Lide Brazil Conference, no Hotel Ritz, em Lisboa, através de uma videoconferência. Foi-lhe pedido que confirmasse as recentes notícias, uma vez que Marcos do Val foi o primeiro a afirmar que tinha feito a denúncia, mas depois passou a negar.
Na sua resposta, Alexandre Moraes começou por dizer: "Recebi o senador no Salão Branco. O que ele me disse é que o deputado Daniel Silveira o teria procurado". De seguida, explicou que na altura não considerou a denúncia verdadeira, uma vez que o senador terá recusado prestar um depoimento oficial: "Para mim, o que não é oficial não existe".
O juiz do Supremo Tribunal Federal garantiu ainda que todos os contornos da tentativa de golpe de Estado estão a ser investigadas pela Polícia Federal para apurar as responsabilidades de todos os envolvidos. Bolsonaro está sob investigação pelo seu alegado papel no encorajamento dos seus apoiantes que entraram nas instituições governamentais na tentativa de avançar com um golpe militar.
Há poucos dias Marcos do Val, senador desde 2019 e filiado no partido de centro-direita Podemos, confirmou, através de um live no Facebook, que fez parte de uma reunião onde também estava Daniel Silveira e o então presidente Jair Bolsonaro em que tinha sido traçado um plano para afastar Alexandre de Moraes do cargo de presidente do Supremo Tribunal Eleitoral para que fosse possível invalidar o resultado eleitoral das presidenciais. O plano passava, segundo as afirmações de Marcos do Val, por utilizar escutas para conseguir declarações comprometedoras de Alexandre de Moraes que pudessem ser usadas para justificar o afastamento.
No entanto, poucos dias depois Marcos do Val recuou e passou a afirmar que a reunião contou apenas com Daniel Silveira, sem o apoio de Jair Bolsonaro.
Daniel Silveira foi detido na quinta-feira, 2, após um mandado emitido por Alexandre de Moraes que o acusou de desobedecer a ordens do tribunal. Já Bolsonaro encontra-se na Flórida, para onde viajou 48 horas antes da tomada de posse de Lula, sem que tenha alguma vez concedido a derrota.
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"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".