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Brasil diz que "forças do mal celebram" eleição de Fernández na Argentina

Ministro das Relações Exteriores afirmou que a vitória de Alberto Fernández, que tem como vice-presidente a antiga chefe de estado argentina Cristina Fernández, levará a um apoio de "ditaduras", assim como a uma economia "retrógada".

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou esta segunda-feira que "as forças do mal celebram", enquanto que as "forças da democracia lamentam" a vitória do recém-eleito presidente da Argentina, Alberto Fernández.

"As forças do mal estão a celebrar. As forças da democracia estão a lamentar pela Argentina, pelo Mercosul e por toda a América do Sul. Mas o Brasil continuará inteiramente do lado da liberdade e da integração aberta", escreveu Araújo na rede social Twitter.

1/Não há muita ilusão de que o fernandez-kirchnerismo possa ser diferente do kirchnerismo clássico. Os sinais são os piores possíveis. Fechamento comercial, modelo econômico retrógrado e apoio às ditaduras parece ser o que vem por aí.

O ministro afirmou que a vitória de Alberto Fernández, que tem como vice-presidente a antiga chefe de Estado argentina Cristina Fernández, levará a um apoio de "ditaduras", assim como a uma economia "retrógada".

"Não há muita ilusão de que o fernandez-kirchnerismo [referência à vice-presidente Kirchner] possa ser diferente do kirchnerismo clássico. Os sinais são os piores possíveis. Fechamento comercial, modelo económico retrógrado e apoio às ditaduras parece ser o que vem por aí", acrescentou o ministro.

O ministro das Relações Exteriores frisou ainda que o Brasil será "pragmático" na defesa dos princípios e interesses do país, citando o desejo de "um Mercosul sem barreiras internas e aberto ao mundo", assim como "uma América do Sul sem ditaduras".

"A esquerda é totalmente ideológica no apoio aos regimes tirânicos da região. Mas, quando se relaciona com as democracias (das quais depende), a esquerda pede 'pragmatismo'. Curioso. 'Pragmatismo' significa sempre a direita acomodar-se aos interesses da esquerda", conluiu o chefe da diplomacia brasileira no Twitter.

O Presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, pediu a liberdade do ex-presidente brasileiro Lula da Silva durante o seu discurso de vitória, levando o atual chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro, a recusar cumprimentá-lo pela eleição.

Alberto Fernández, eleito nas presidenciais de domingo, estimulou os milhares de seguidores presentes no discurso de vitória a gritarem "Lula Livre" e pediu que o mundo escutasse esse grito.

Em Abu Dhabi, onde se encontra em visita, Bolsonaro declarou que lamentava a escolha dos argentinos.

"Eu lamento. Não tenho bola de cristal, mas acho que os argentinos escolheram mal. O primeiro ato do Fernández foi 'Lula Livre', dizendo que ele está preso injustamente. Já disse a que veio, sem contar que tem gente da esquerda lá", respondeu o mandatário brasileiro, avisando que não vai cumprimentar Fernández pela vitória.

"Não vou cumprimentar, mas não nos vamos indispor", disse Bolsonaro.

Para o brasileiro, os argentinos elegeram os responsáveis pela atual crise económica.

"As reformas do Macri não deram certo, mas o povo colocou lá quem colocou o país no buraco", refletiu.

Bolsonaro voltou a admitir a possibilidade de retirar a Argentina do Mercosul se os demais sócios do bloco, Uruguai e Paraguai, concordarem.

Na visão do Presidente brasileiro, se Alberto Fernández quiser tomar medidas protecionistas em vez de continuar com a abertura comercial que o bloco persegue, o Mercosul pode desmembrar-se.

Alberto Fernández vai ao México - e não ao Brasil - na sua primeira viagem ao exterior como chefe de Estado eleito.

Quebrará, assim, uma tradição dos Presidentes eleitos na Argentina de viajarem ao seu principal sócio político e comercial.

Bolsonaro já tinha quebrado essa mesma regra ao viajar primeiro aos Estados Unidos e depois ao Chile após assumir o cargo este ano.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

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