Ex-mulher, que já tinha apresentado queixas do parceiro, está entre as vítimas mortais. Ao todo foram mortas três pessoas. Homem ter-se-á suicidado posteriormente.
Um homem matou três pessoas na Bósnia, enquanto fazia uma transmissão ao vivo para o Instagram, durante a manhã da passada sexta-feira. Uma das vítimas foi a sua ex-mulher, que no passado havia relatado ameaças e violência doméstica por parte do parceiro.
REUTERS/Dado Ruvic
No Instagram chegou até mesmo a ser publicado um vídeo, que mais tarde foi removido, e que mostrava o homem a matar a mulher, enquanto se ouvia um choro de uma criança no fundo. Depois disso, o autor do crime terá saído para as ruas de Gradacac com uma pistola, onde transmitiu ao vivo o assassinato de um homem e do seu filho. O acontecimento ocorreu enquanto fugia da polícia.
Além das vítimas mortais, também outras três pessoas acabaram por sair feridas deste incidente. Depois, o homem terá cometido suicídio.
"Não tenho palavras para descrever o que aconteceu hoje em Gradacac. O assassino tirou a própria vida no final, mas ninguém pode trazer de volta a vida das vítimas", disse Nermin Niksic, primeiro-ministro da Bósnia e Herzegovina.
Ao todo foram cerca de 12 mil as pessoas que assistiram ao crime ao vivo. Dessas, 126 chegaram a colocar um gosto. As autoridades entretanto já disseram que todas as pessoas que escreveram mensagens de apoio seriam interrogadas, e que poderiam enfrentar consequências legais.
A polícia local ainda não avançou com os possíveis motivos para o tiroteio. Os meios de comunicação social locais sabem apenas que se tratava de Sulejmanovic, um culturista de 35 anos, que já tinha sido preso anteriormente sob a acusação de tráfico de drogas e por atacar um polícia.
A coordenadora da ONU no país, Ingrid Macdonald, já revelou estar chocada com todo este acontecimento. "As Nações Unidas estão horrorizadas com o facto de o assassinato de uma vítima do sexo feminino ter sido transmitido ao vivo, através de uma rede social", afirmou. Além disso insistiu que esta violência podia ter sido evitada e como tal pediu uma "ação coletiva imediata".
A Bósnia e Herzegovina ainda está a recuperar da sangrenta guerra civil durante a década de 1990 e que matou mais de 200 mil pessoas, assim como da violência generalizada que se tem registado contra as mulheres. Só em 2020 e 2021, o país, que tem cerca de três milhões de habitantes, registou 19 assassinatos de mulheres.
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