Presidente brasileiro diz que "milhões ficaram trancados em casa" devido a indicações da OMS, que conclui agora que a grande maioria dos pacientes assintomáticos da Covid-19 não têm potencial de infetar outras pessoas.
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, indicou na segunda-feira que milhões de pessoas "perderam os empregos", logo após a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter classificado de "rara" a possível transmissão da covid-19 por pacientes sem sintomas.
"Após pedirem desculpas pela Hidroxicloroquina, agora a OMS conclui que pacientes assintomáticos (a grande maioria) não têm potencial de infetar outras pessoas. Milhões ficaram trancados em casa, perderam seus empregos e afetaram negativamente a Economia", escreveu Bolsonaro na rede social Twitter, ao publicar também uma notícia sobre as recentes declarações da OMS sobre pacientes sem sintomas.
A epidemiologista e principal responsável técnica da resposta à covid-19 da OMS, Maria van Kerkhove, afirmou na segunda-feira que a transmissão da covid-19 por pacientes sem sintomas da doença, como febre ou tosse, parece ser "rara".
Contudo, a especialista frisou que há diferença entre assintomáticos e pré-sintomáticos, que são as pessoas que vão desenvolver algum sintoma da doença.
As declarações de Bolsonaro surgem após o Presidente brasileiro ter ameaçado na sexta-feira retirar o país da OMS, depois de acusar a entidade de atuar de forma "política", "partidária" e "ideológica" num momento de pandemia de covid-19.
"Eu adianto aqui, os Estados Unidos saíram da OMS. Nós estudamos isso, no futuro... ou a OMS trabalha sem viés ideológico, ou saímos de lá também. Não precisamos de gente de lá de fora a dar palpite na saúde aqui dentro", afirmou Bolsonaro à entrada do Palácio da Alvorada, a sua residência oficial em Brasília.
"Ou a OMS realmente deixa de ser uma organização política e partidária ou nós estudamos sair de lá", acrescentou.
Bolsonaro aproxima-se assim da posição tomada pelo seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que no final de maio afirmou que os Estados Unidos iriam deixar de financiar a OMS e "redirecionar os fundos para outras necessidades urgentes e globais de saúde pública que possam surgir".
"O Trump cortou a grana [dinheiro] deles [OMS] e eles voltaram atrás em tudo. É só tirar a grana que eles começam a pensar diferente", disse ainda Bolsonaro na sexta-feira, fazendo referência ao facto de a Organização ter retomado estudos clínicos com hidroxicloroquina para tratamento da covid-19, fármaco fortemente defendido pelo chefe de Estado brasileiro no combate à pandemia.
Jair Bolsonaro, um dos líderes mais céticos em relação à pandemia da covid-19, chegou a classificar de "absurdas" as medidas de isolamento social adotadas pelos governadores do país para conter o avanço da pandemia e vem apelando, diariamente, à reabertura da economia.
O Brasil registou 679 óbitos e 15.654 infetados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, totalizando 37.134 mortes e 707.412 casos confirmados desde o início da pandemia, anunciou na segunda-feira o Ministério da Saúde brasileiro.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 404 mil mortos e infetou mais de sete milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Bolsonaro diz que "milhões perderam empregos" por causa das indicações da OMS
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