"Não aceitamos esse tipo de regime ditatorial" e "representamos a liberdade, aqueles que não temem a verdade e com quem vamos construir um novo Brasil", disse o presidente brasileiro.
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou na quinta-feira, num evento público, que "se Deus quiser, poderá comemorar-se em breve a erradicação do comunismo" no país.
"Vamos, num curto espaço de tempo, expulsar o comunismo do país", declarou o chefe de Estado a centenas de apoiantes, numa cerimónia de entrega de obras realizada na cidade de Imperatriz, no estado do Maranhão (Nordeste), cujo governador, Flávio Dino, é precisamente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
"Não aceitamos esse tipo de regime ditatorial" e "representamos a liberdade, aqueles que não temem a verdade e com quem vamos construir um novo Brasil", disse o líder da emergente extrema-direita brasileira.
A cerimónia que levou Bolsonaro a Imperatriz, para a qual o governador Dino não foi convidado, como costuma acontecer nas visitas do Presidente a outros estados do interior do país, causou a aglomeração de centenas de pessoas, mesmo em plena pandemia de covid-19.
Desde que assumiu o poder, em janeiro de 2019, Bolsonaro comprometeu-se com a "luta contra o comunismo", apesar de já nem mesmo o próprio PCdoB se identificar com essa ideologia e ter abandonado os postulados marxistas há décadas.
Nesse sentido, e horas depois das suas primeiras declarações, Bolsonaro criticou o Presidente argentino, Alberto Fernández, afirmando que a economia do país vizinho "está pessimamente mal", devido ao facto de os cidadãos terem elegido "o comunismo".
Na sua habitual transmissão em direto nas redes sociais, o chefe de Estado lamentou os "problemas políticos que a Argentina tem" e disse que está em contacto com o embaixador de seu país em Buenos Aires para acompanhar de perto a situação.
"Vejam. É o que acontece votando nos partidos comunistas. A linha que assumiu na Argentina é a mesma do Partido dos Trabalhadores (PT)", disse, referindo-se à formação política do seu antagonista e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda nesse contexto, Bolsonaro pediu aos cidadãos brasileiros que, nas eleições municipais agendadas para 15 de novembro "não acreditem nos candidatos comunistas".
Segundo o mandatário, os eleitores devem "analisar os partidos e as pessoas" que disputam os cargos e rejeitar aqueles que "pregam a ideologia de género, a liberação da canábis e todas essas parvoíces", que considerou típicas de esquerda.
"Como acreditar num partido comunista, com os problemas que eles criam para a família brasileira", insistiu Bolsonaro, que destacou que "aquela ideologia não funcionou em lugar nenhum do mundo".
Nessa luta contra o comunismo, Bolsonaro é frequentemente acompanhado pelo deputado Eduardo Bolsonaro, um de seus três filhos que atua na política e que no mês passado apresentou à Câmara dos Deputados um projeto de lei que propõe criminalizar o comunismo e qualquer tipo de "apologia" a essa ideologia.
A iniciativa do parlamentar visa modificar a chamada Lei de Segurança Nacional, promulgada em 1983 por uma ditadura que durou 21 anos e terminou em 1985, e que as pessoas que se identifiquem como "comunistas" sejam punidas com pena de nove a 15 anos de prisão.
O deputado Eduardo Bolsonaro é um reconhecido ativista de extrema-direita e esta semana surgiu como um dos signatários de uma carta promovida pela Fundação Disenso, presidida pelo líder do partido espanhol Vox, Santiago Abascal, que denunciou "o avanço do comunismo" no mundo como "uma séria ameaça".
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