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Biden invoca sigilo e não entrega áudios a republicanos

Leonor Riso
Leonor Riso 16 de maio de 2024 às 15:27
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Presidente dos EUA foi ouvido pelo Departamento de Justiça numa investigação sobre ter guardado documentos confidenciais de forma ilegal.

Joe Biden recorreu ao privilégio executivo, poder que lhe permite manter registos sob sigilo, para não dar aos membros republicanos da Câmara dos Representantes os registos áudio de um interrogatório feito quando foi investigado por guardar documentos confidenciais em casa. 

REUTERS/Nathan Howard

Segundo a agência noticiosa Reuters, o registo áudio da entrevista com o conselheiro especial Robert Hur sobre a retenção ilegal de documentos sigilosos após ter sido vice-presidente de Barack Obama não será concedida apesar do pedido feito pelos republicanos. 

Numa carta enviada aos presidentes dos comités de Justiça e de Supervisão da Câmara dos Representantes, o Departamento de Justiça revela que Joe Biden recorreu ao privilégio executivo para manter o áudio sob sigilo. Também os áudios da entrevista feita por Hur ao seu ghostwriter, Mark Zwonitzer, manter-se-ão sigilosos. 

Recorde-se que apesar de o Departamento de Justiça ter concluído em relatório que Biden guardou de forma ilegal documentos confidenciais, não enfrentou acusações judiciais porque não lhe foi imputada culpa. Robert Hur descreveu Joe Biden como "um homem idoso de boas intenções com má memória", o que na altura gerou críticas dos democratas. 

A carta do Departamento de Justiça surge quando os comités tinham anunciado a intenção de responsabilizar o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, por desrespeito ao Congresso por não ceder os áudios. Garland já criticou os "ataques infundados" ao Departamento de Justiça pelos republicanos depois de ter rejeitado o envio dos áudios. 

"Enquanto a nossa cooperação com o Congresso tem sido extraordinária, também temos a responsabilidade de salvaguardar a confidencialidade de ficheiros das autoridades cuja revelação iria por em causa investigações futuras", justificou na carta o procurador-geral assistente Carlos Felipe Uriarte. "O procurador-geral tem que desenhar uma linha que salvaguarde o Departamento de influências políticas impróprias." O Departamento de Justiça adianta que já entregou vários documentos ao Congresso.

O Departamento de Justiça também destacou que Biden colaborou com a investigação, ao contrário de Trump que enfrentou acusações de guardar documentos confidenciais após ter saído da presidência. Ao contrário de Biden, Trump enfrenta acusações federais. 

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