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Berlusconi admite ter "algumas analogias" com Donald Trump

O empresário e ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi admitiu este sábado ter "algumas analogias (...) evidentes" com o Presidente eleito dos Estados Unidos

Numa entrevista publicada este sábado no diário Corriere della Sera, o empresário e ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi admitiu ter "algumas analogias (...) evidentes" com Donald Trump, o Presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump, 

Às comparações sobre a trajectória e estilo de vida de Trump e Berlusconi, que foi por três vezes presidente do Governo de Itália, Berlusconi disse que a sua história como empresário é, no entanto, "muito diferente".

"Nunca tive ocasião de conhecê-lo. Também ele é um empresário que, num certo momento da sua vida, decidiu dedicar a sua capacidade e as suas energias ao seu país", acrescentou.

Sem revelar se teria votado em Trump, Berlusconi entende que os norte-americanos o tenham apoiado "por estarem cansados de uma política velha, fechada em si mesma e incapaz de os ouvir e entender".

Para o ex-governante italiano, essa política "cometeu o erro típico da esquerda de todo o mundo de pensar que o politicamente correto é estar do lado das necessidades das pessoas. Sem compreender que os realmente débeis são os cidadãos esmagados pelo Estado, os impostos, a burocracia, a imigração descontrolada, o desemprego e o perigo terrorista".

"Agora que os norte-americanos elegeram Trump, deixemo-lo trabalhar. Os adjectivos antipáticos têm agora pouco sentido", disse.

Berlusconi acusou o presidente Barack Obama de "ter cometido numerosos erros" e de ter "convertido o mundo num lugar mais perigoso e instável".

Berlusconi recusou, no entanto, que a política de direita e proteccionista de Trump seja a mesma que ele representou durante os últimos 20 anos em Itália, assegurando: "Eu não interpreto a 'direita'. Represento um centro liberal e popular no qual confluem as melhores tradições políticas do nosso país".

Ainda assim, reconheceu algumas semelhanças entre os dois programas políticos, "como a política fiscal, o controlo da imigração e a legalidade".

Também elogiou que o Presidente eleito dos Estados Unidos tenha entendido que "a Federação Russa tem de ser considerada um país do Ocidente de pleno direito e que, embora haja algumas discrepâncias, serão resolvidas numa ótica de colaboração e amizade".

Amigo do Presidente russo, Vladimir Putin, Berlusconi acrescentou: "Precisamos da Rússia para enfrentar os dramáticos problemas na cena internacional, desde o extremismo islâmico à imigração".