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Azerbaijão prende antigo líder de Nagorno-Karabakh

Luana Augusto com Ana Bela Ferreira 28 de setembro de 2023 às 10:59
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Ruben Vardanyan estaria entre as milhares de pessoas que tentavam fugir da região.

O Azerbaijão prendeu na quarta-feira o antigo líder de Nagorno-Karabakh, enquanto o mesmo tentava abandonar a região rumo à Arménia, dizem as autoridades. Ruben Vardanyan chefiou o governo separatista de Nagorno-Karabakh, de novembro de 2022 a fevereiro de 2023.

State Border Service of Azerbaijan/Handout via REUTERS

Desde que o Azerbaijão tomou posse da região, na semana passada, já fugiram cerca de 47.115 arménios. O serviço de fronteiras do Azerbaijão entretanto já garantiu que o antigo líder foi levado para a capital, em Baku, e que o mesmo terá sido entregue a outras agências estatais. Veronika Zonabend, mulher de Ruben Vardanyan, pede agora apoio para que este seja libertado em segurança.

Na passada terça-feira, ao cruzarem a fronteira do Azerbaijão, milhares de arménios foram submetidos a controlos rigorosos. Segundo a BBC, aqueles que conseguiam fugir levavam os seus carros cheios de familiares e pertences. Os que ficaram para trás dizem agora temer pelo futuro em Nagorno-Karabakh.

De acordo com as autoridades azeris, este controlo exigente acontece uma vez que o país se encontra à procura de suspeitos, que tenham cometido crimes de guerra. "Aqueles que cometeram crimes de guerra durante os conflitos em Karabakh devem ser entregues a nós", disse uma fonte governamental à agência de notícias France Press. Além disso, acrescentou a existência de uma "amnistia para os combatentes arménios que entreguem as suas armas em Karabakh".

O primeiro-ministro da Arménia garante que terá começado uma "limpeza étnica". As autoridades da região separatista entretanto já vieram a dizer que pelo menos 200 pessoas morreram nos combates da semana passada. O Azerbaijão avançou na quarta-feita que 192 dos seus soldados já foram dados como mortos.

Desde então que os governos ocidentais têm pressionado o Azerbaijão para que permita a entrada de observadores internacionais, em Karabakh. O objetivo é monitorizarem o tratamento da população local. "Seria um sinal de confiança de que o Azerbaijão leva a sério os seus compromissos com a segurança e o bem-estar do povo de Nagorno-Karabakh", escreveu esta terça-feira a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock.

Na terça-feira, também o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, insistiu com o presidente de Azerbaijão, Ilham Aliyev, para que o mesmo fornecesse "proteção incondicional e liberdade de movimento aos civis". Ao mesmo tempo, apelou ao "acesso humanitário e irrestrito a Nagorno-Karabakh".

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