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Ativista LGBTQ encontrado morto no Quénia, onde ser gay é crime

Edwin Chiloba tinha 25 anos e também era modelo. Quatro pessoas já foram detidas.

Quatro pessoas foram detidas em relação com o assassínio do proeminente ativista pelos direitos da comunidade LBGTQ queniana Edwin Chiloba, cujo corpo foi encontrado na terça-feira passada mutilado e com sinais de estrangulamento, noticiou hoje a imprensa local.

Edwin Chiloba via Facebook/via REUTERS

Entre os detidos foi identificado um fotógrafo que trabalha em Nairobi, a capital, e possível conhecido de Chiloba.

As outras três pessoas são um primo, um amigo do suspeito e um taxista que poderá ter ajudado a transportar o corpo numa caixa metálica até uma estrada do município de Kapsaret, onde foi encontrado.

O veículo em que o ativista foi transportado foi apreendido pelas autoridades, confirmou o investigador da polícia Peter Kimulwa.

O fotógrafo, um jovem de 24 anos identificado como Jackton Odhiambo e considerado o principal suspeito, permanecerá sob custódia policial nos próximos dias enquanto os agentes tentam esclarecer o motivo do assassínio do ativista e modelo de 25 anos, segundo o jornal queniano The Nation.

O Comandante da Polícia de Kapsaret, John Odhiambo, citado pelo canal Citizen TV, disse suspeitar de que o homicídio possa ter sido resultado de uma disputa sentimental, sem dar mais detalhes.

A organização não-governamental (ONG) Amnistia Internacional lamentou o assassínio e pediu que a investigação seja concluída o mais rapidamente possível, e recordou que Chiloba tinha já sido alvo de ataques no passado.

Segundo o jornal The Star, o corpo vai ser autopsiado na segunda-feira.

No Quénia, as pessoas LGBTQ enfrentam precariedade e discriminação numa sociedade predominantemente cristã e conservadora, onde a homossexualidade é um tabu, como na maioria dos países africanos.

Segundo a legislação queniana, as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são puníveis por lei, com penas de até 14 anos de cadeia.

O corpo de Edwin Chiloba foi encontrado numa estrada na província de Uasin Gishu, no oeste do país.

Edwin Chiloba via Facebook/via REUTERS
A lagartixa e o jacaré

Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.