Donald Trump anunciou na quarta-feira que tinha falado com o homólogo russo, Vladimir Putin, e que ia dar início às conversações para pôr fim à guerra na Ucrânia.
Os governos aliados da NATO chamaram a atenção, esta quinta-feira, para o facto de tanto eles como a Ucrânia não poderem ser afastados das negociações de paz no conflito que opõe a Rússia a Kiev. O alerta acontece depois da administração de Trump ter anunciado que está a preparar conversações unilaterais com a Rússia para pôr fim à guerra.
Geert Vanden Wijngaert/AP
O governo americano insistiu ainda que Kiev não deve aderir à NATO e disse que cabe à Europa proteger-se a si própria e à Ucrânia de tudo o que a Rússia possa fazer a seguir.
"Não pode haver negociações sobre a Ucrânia, sem a Ucrânia", disse o secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, aos jornalistas na sede da NATO, onde 32 ministros de defesa da organização se reuniram. "A voz da Ucrânia deve estar no centro de todas as conversações", acrescentou.
O ministro de Defesa alemão, Boris Pistorius, afirmou que "é claro que a Europa deve estar envolvida nas negociações", especialmente quando é esperado que a Europa "desempenhe um papel central ou principal na manutenção da paz".
Por sua vez, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, negou que os EUA tenham traído a Ucrânia ao iniciarem negociações sobre o seu futuro sem o envolvimento de Kiev. "Não houve traição. Houve um reconhecimento de que o mundo inteiro e os Estados Unidos estão investidos e interessados na paz. Uma paz negociada", disse a jornalistas, alertando os aliados europeus da NATO a gastarem mais dos seus orçamentos em Defesa.
O ministro da Defesa sueco, Pål Jonson, sublinhou o investimento europeu na Ucrânia, afirmando que o bloco forneceu cerca de 60% do seu apoio militar a Kiev no ano passado e que, por isso, deve estar envolvido, especialmente tendo em conta as exigências americanas de que a Europa assuma mais responsabilidade no que toca a segurança da Ucrânia a longo prazo. "É muito natural que estejamos envolvidos nas discussões", disse.
O seu homólogo estónio, Hanno Pevkur, referiu que a União Europeia impôs sanções à Rússia, investiu fortemente na defesa da Ucrânia e vai ser requisitada a pagar uma parte da reconstrução do país. "Temos de estar presentes. Não há dúvidas quanto a isso, caso contrário, esta paz não será duradoura", alertou.
Vinte e três dos 32 países membros da NATO já deviam ter cumprido a diretriz da organização de gastar 2% do seu PIB nos orçamentos de Defesa o ano passado, mas um terço ainda não o fez. Portugal está a caminho de concretizar o pedido, com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a comprometer-se, na cimeira da NATO em julho, a antecipar o compromisso de atingir os 2% para 2029 em vez de 2030.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Trazemos-lhe um guia para aproveitar o melhor do Alentejo litoral. E ainda: um negócio fraudulento com vistos gold que envolveu 10 milhões de euros e uma entrevista ao filósofo José Gil.