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Bombardeado teatro de Mariupol onde se escondiam civis. Rússia nega ataque

Lusa 16 de março de 2022 às 18:18

Teatro ficou reduzido a escombros. Governo russo acusou milícia ucraniana de extrema-direita de estar por detrás do ataque.

As tropas russas bombardearam hoje um teatro de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, que servia de abrigo a centenas de civis residentes na cidade cercada, fazendo um número ainda indeterminado de mortos e feridos, segundo fontes ucranianas.

Donetsk Regional Civil-Military Administration/Handout via REUTERS

A Rada (parlamento) da Ucrânia indicou que no interior do teatro, que ficou reduzido a escombros, se tinham refugiado dos bombardeamentos muitos civis e que se desconhece se há sobreviventes, porque nas imediações do edifício decorre uma intensa batalha e ninguém consegue entrar na zona. 

O vice-presidente da câmara de Mariupol, Serhiy Orlov, indicou que no teatro estavam abrigadas entre 1.000 e 1.200 pessoas, mas que neste momento não há ainda números relativos a vítimas. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, declarou que se trata de "outro horrível crime de guerra" cometido pela Rússia em Mariupol e que o edifício do teatro "está completamente destruído". 


"Houve um maciço ataque russo ao Drama Theater, onde estavam refugiados centenas de civis inocentes", escreveu o ministro na rede social Twitter, acrescentando, em tom irónico, que "os russos não podiam saber que era um refúgio civil". 

Após as informações vindas da Ucrânia, o Ministério da Defesa russo negou ter bombardeado o teatro. Em Moscovo, o ministério acusou o Batalhão Azov, uma milícia ucraniana de extrema-direita, de explodir o edifício. Não foram dadas provas. A Rússia já tinha acusado a milícia de impedir os civis de abandonar a cidade. 

A situação é desesperada desde há dias em Mariupol, uma estratégica cidade portuária ucraniana na costa do mar interior de Azov, localizada entre a península da Crimeia (anexada pela Rússia em 2014) e o leste separatista de Donbass, pelo que a sua conquista é um objetivo prioritário das tropas russas. 

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de 4,8 milhões de pessoas, mais de três milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 


A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto. 

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 21.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares. 

Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje pelo menos 726 mortos e 1.174 feridos entre a população civil, incluindo várias dezenas de crianças.

Notícia atualizada às 20h00 com informações do Ministério da Defesa russo. 

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