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Quem são os "guarda-costas" europeus de Zelensky na reunião com Trump?

Luana Augusto 18 de agosto de 2025 às 18:00

Líderes europeus estão esta segunda-feira em Washington para demonstrarem apoio a Kiev.

Vários líderes europeus estão esta segunda-feira (18) em Washington, nos Estados Unidos, para demonstrarem apoio a Volodymyr Zelensky, no dia em que o ucraniano se vai reunir com o homólogo norte-americano, Donald Trump. Estão previstos dois momentos desta ida a Washington: um primeiro encontro dos líderes com Zelensky antes de ele se reunir a sós com Trump, e depois uma reunião que deve juntar todos - Zelensky, Trump e os líderes europeus. Prevê-se que o republicano tentará forçar Zelensky a aceitar um "plano de paz", que incluirá a entrega de territórios ucranianos a Moscovo.
Líderes europeus demonstram apoio a Zelensky antes de reunião com Trump em Washington AP Photo
Esta é a primeira vez que Zelensky visita a Casa Branca desde que Donald Trump o , em fevereiro deste ano. Desde então, que os chefes de Estado europeus têm sido descritos como os "guarda-costas" do presidente da Ucrânia. Mas afinal, quem são os guarda-costas de Zelensky que estarão em Washington para demonstrarem apoio ao presidente ucraniano e se reunirem com Trump?

Secretário-geral da NATO, Mark Rutte

Mark Rutte soma já um histórico de elogios a Trump. Em junho, durante uma conferência de imprensa que ocorreu nos Países Baixos e que pretendia abordar o conflito entre Israel e o Irão, o secretário-geral da NATO referiu-se ao presidente dos Estados Unidos como "paizinho", por Donald Trump ter usado palavrões num dos seus discursos. "E então, o paizinho às vezes tem de usar uma linguagem forte", disse. Além disso, numa entrevista recente à Fox News, deu-lhe crédito por ter pressionado os membros da NATO a investir 3,5% do seu PIB em Defesa.

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

Ursula von der Leyen é uma forte defensora da Ucrânia e apoiante da adesão de Kiev à União Europeia. No domingo (17), a presidente da Comissão Europeia elogiou a proposta de Trump de . "Saudamos a vontade do presidente Trump de fornecer garantias de segurança à Ucrânia, semelhantes ao artigo 5.º [da NATO]", afirmou Ursula von der Leyen numa conferência de imprensa em Bruxelas, na Bélgica. Os Estados Unidos chegaram até a assinar um acordo comercial com a União Europeia, há três semanas, e o presidente norte-americano apelidou a relação de a "maior parceria comercial do mundo".

Primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer

Pode-se dizer que Keir Starmer tem sido um aliado de Trump, ao mesmo tempo que mantém a defesa da Ucrânia. Apesar do norte-americano considerar que a visão de Starmer é demasiado "liberal", o presidente dos EUA tem feito questão de enfatizar as boas relações entre ambos. É, aliás, importante que este relacionamento fique preservado até porque é esperada uma visita oficial de Trump ao Reino Unido no próximo mês de setembro. Relativamente a Zelensky, Starmer tem desenvolvido uma relação pessoal bastante calorosa com o presidente da Ucrânia. Em fevereiro, chegaram até a abraçar-se à porta de Downing Street, depois de no dia anterior Zelensky ter sido expulso da Sala Oval. Sobre o encontro entre os líderes ucraniano e norte-americano, Starmer defende a integridade territorial da Ucrânia, opondo-se assim ao "acordo de paz" proposto por Trump - que prevê a entrega de terras ucranianas à Rússia.

Presidente da Finlândia, Alexander Stubb

Alexander Stubb estará esta segunda-feira em Washington graças à relação inesperadamente cordial que conseguiu estabelecer com Trump, tudo graças a um jogo de golfe que aconteceu em março, na Flórida. "Acabei de jogar uma partida de golfe com Alexander Stubb, presidente da Finlândia. Ele é um jogador muito bom, e vencemos o torneio de golfe masculino para membros e convidados no Trump International Golf Club em Palm Beach County. O presidente Stubb disse-me, nas palavras mais poderosas, que os Estados Unidos são fortes e estão de volta, novamente. Eu concordo", escreveu Trump nas suas redes sociais. Durante esse encontro, Stubb terá passado a mensagem que não se pode confiar no presidente russo, Vladimir Putin - isto porque a Finlândia compara a situação vivida na Ucrânia a 1939, quando a União Soviética invadiu o seu país, ao alegar que precisava do território finlandês.

Presidente francês, Emmanuel Macron

Está mais do que comprovado que Macron mantém uma boa relação com Trump - e esse cenário comprova-se até pelos seus apertos de mão bastante intensos -  e a mesma relação verifica-se com Zelensky. Desde a invasão russa, em fevereiro de 2022, que Macron tem sido um forte aliado da Ucrânia. Questionado no domingo se o presidente russo aceitaria um acordo de paz, o chefe de estado francês respondeu: "não", e defendeu que a Ucrânia precisa de um exército mais forte e de garantias de segurança para que um acordo duradouro seja alcançado.

Chanceler da Alemanha, Friedrich Merz

Friedrich Merz tem sido uma figura segura no cenário mundial, desde que assumiu a chefia do governo alemão em maio. Ainda este verão chegou a reunir-se com Trump na Sala Oval e mostrou-se firme. Quanto a Zelensky, tem também sido um parceiro crucial, à semelhança de outras figuras, e anteriormente chegou até a mostrar-se frustrado com a lenta ação do seu antecessor, Olaf Scholz. A Alemanha tem sido um importante doador financeiro de Kiev. Agora, na Sala Oval, a sua tarefa será persuadir Trump a não agir precipitadamente e "por cima das cabeças dos ucranianos e europeus", como referiu na semana passada.

Primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni

Meloni terá interrompido as suas férias para voar para Washington - um sinal de que o "plano de paz" apresentado por Trump representa um momento de perigo para a Ucrânia.  Enquanto líder da extrema-direita europeia, é vista pelos olhos de Trump como uma amiga. Chegou até a passar algum tempo em Mar-a-Lago, na casa no presidente dos Estados Unidos, e foi a única líder europeia convidada para assistir à tomada de posse do republicano, em janeiro. Meloni é também uma forte apoiante de Kiev. Em julho chegou a organizar uma conferência para abordar a recuperação da Ucrânia, com o objetivo de ajudar na reconstrução do país, após o conflito.
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