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Manifestantes incendeiam hotel para requerentes de asilo no Reino Unido

Luana Augusto 05 de agosto de 2024 às 11:39

Atos anti-imigração surgiram em resposta ao esfaqueamento que vitimou três meninas em Southport entre as quais se encontrava Alice, uma criança portuguesa.

Manifestantes mascarados, liderados pela extrema-direita, incendiaram e invadiram no domingo, 4 um hotel que abrigava requerentes de asilo no norte de Inglaterra.

Os protestos junto ao Holiday Inn Express começaram ao meio-dia, mas rapidamente se transformaram num tumulto quando uma multidão de indivíduos de extrema-direita, a maioria homens, começou a partir janelas e a incendiar uma escada do prédio, sobrecarregando a polícia. 

Os atos anti-imigração, que reuniram cerca de 700 pessoas em frente ao hotel, em Rotherham, surgiram em resposta ao esfaqueamento que vitimou três meninas em Southport entre as quais se encontrava Alice, uma criança portuguesa. A tragédia de 29 de julho levou ao desencadear de uma onda de desinformação, que dava conta que o agressor seria imigrante. Contudo, o tribunal já confirmou que o suspeito nasceu na Grã-Bretanha. 

No passado domingo, alguns manifestantes atiraram pedaços de madeira, garrafas, cadeiras e extintores de incêndio contra as autoridades britânicas. Imagens mostram também caixotes do lixo em chamas e manifestantes a gritar: "Tirem-os daqui". 

A polícia de South Yorkshire informou que pelo menos 10 agentes ficaram feridos na sequência deste ataque, e que um deles foi levado inconsciente para o hospital com um ferimento na cabeça, causado por um tijolo atirado por um manifestante. Um polícia experiente, de South Yorkshire, acrescentou que este foi de longe o pior motim em que alguma vez participou. "Embora tenha sido um menor número de pessoas presentes que optaram por cometer violência e destruição, aqueles que simplesmente permaneceram e assistiram são absolutamente cúmplices disto", disse ao The Guardian o diretor adjunto da polícia, Lindsey Butterfielf, que considerou o comportamento "nojento". 

"Aqueles que optam por espalhar desinformação e ódio online também precisam de assumir a responsabilidade pelas cenas de hoje. Isto não foi um protesto", considerou. 

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, garantiu que os envolvidos se "irão arrepender" pelas suas ações e confirmou a existência de uma reunião de emergência para que os ministros fiquem atualizados das novidades. Até ao momento já foram detidas 147 pessoas, segundo o jornal The Independent

"A polícia fará prisões. Os indivíduos serão mantidos em prisão preventiva. Acusações e condenações vão seguir-se", referiu. "Garanto que irão se arrepender de ter participado nesta desordem, seja diretamente ou por aqueles que iniciaram essa ação online e depois fugiram". 

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