Israel intensifica bombardeamentos em Gaza. Mais de 250 mortos em apenas 24 horas
Os bombardeamentos israelitas intensificaram-se no centro da Faixa de Gaza esta terça-feira, após o primeiro-ministro israelita ter prometido não dar tréguas aos ataques contra o Hamas.
A noite que antecedeu o Natal em Gaza foi marcada por uma série de bombardeamentos intensos entre Israel e o Hamas, com os ataques israelitas a arrasarem edifícios e a deixarem famílias presas debaixo dos escombros. Cerca de 250 pessoas foram mortas numa onda de ataques em apenas 24 horas, dos quais mais de 100 morreram no campo de refugiados de Maghazi, informaram as autoridades palestinianas.
Os ataques israelitas também mataram dezenas de pessoas nas zonas de Khan Younis, Bureij e Nuseirat, locais onde cerca de 500 pessoas ficaram feridas. Os bombardeamentos israelitas intensificaram-se no centro da Faixa de Gaza esta terça-feira, após o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter prometido não dar tréguas aos ataques contra o Hamas.
Israel está determinado a destruir o Hamas, apesar dos apelos internacionais para um cessar-fogo na guerra que dura desde o dia 7 de outubro, e que já terá custado 20.700 vidas palestinianas, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, mas cujos números são reconhecidos pela ONU.
Uma série de ataques ocorreram entre segunda-feira e a madrugada de terça-feira, como no Hospital Nasser, em Khan Younis, a maior instalação médica no sul da Faixa de Gaza. Aqui, os médicos deram conta de 10 palestinianos mortos em dois ataques aéreos israelitas.
Salah Shaat, residente em Khan Younis, disse ter ouvido uma enorme explosão ao pôr-do-sol de segunda-feira, que destruiu um edifício. "Havia pessoas deslocadas e residentes dentro da casa, mais de 20 pessoas, crianças e mulheres", refere o residente, citado pela Reuters, acrescentando terem conseguido "salvar algumas crianças, mas as restantes foram martirizadas".
Militares israelitas afirmaram que a força aérea efetuou um ataque contra 100 alvos do Hamas, em Jerusalém, incluindo nos túneis, para ajudar as forças terrestres.
Já as tropas apoiadas por aviões mataram vários combatentes que tentavam colocar uma bomba debaixo de um tanque em Shejaia, um subúrbio perto da cidade de Gaza. Mais de 10 soldados foram mortos em incidentes separados em Khan Younis.
Israel não vai cessar-fogo
"Não vamos parar", afirmou Benjamin Netanyahu. "A guerra vai continuar até ao fim, até a terminarmos, nem mais nem menos", acrescentou.
Num artigo de opinião publicado no Wall Street Journal na segunda-feira, o primeiro-ministro reiterou três pré-requisitos para a paz: o Hamas tem de ser destruído; Gaza tem de ser desmilitarizada; e a sociedade palestiniana tem de ser desradicalizada.
Desde o ataque do Hamas a Israel no dia 7 de outubro, Telavive tem destruído grande parte da Faixa de Gaza. Mais de 80% dos 2,3 milhões habitantes do enclave teve de sair das suas casas e as Nações Unidas afirmam que as condições humanitárias são "catastróficas".
Washington tem vindo a pressionar Israel para que tome medidas para minimizar os danos aos civis, como designando zonas seguras e abrindo vias humanitárias para a fuga da população, no entanto, o número de mortos continua a aumentar e as operações israelitas intensificaram-se.
Um porta-voz das forças armadas israelitas afirmou que o exército tem vindo a tomar todas as precauções possíveis para minimizar os danos causados aos civis, mas acusa os militantes palestinianos de os utilizar como escudos humanos, acusação que o Hamas rejeita.
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