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Israel aumenta operação militar em Gaza e ordena evacuações em larga escala

Débora Calheiros Lourenço 02 de abril de 2025 às 12:32

O ministro da Defesa, Israel Katz, pediu aos palestinianos de Gaza que eliminassem o Hamas e fizessem com que os reféns israelitas voltassem para casa.

Israel anunciou que vai expandir as operações militares em Gaza esta quarta-feira referindo que as principais áreas do enclave vão ser tomadas e adicionadas às zonas de segurança israelitas e pediu que a população se retirasse da região. 

Jehad Alshrafi/ AP

O ministro da Defesa, Israel Katz, disse que as evacuações iam ocorrer nas áreas onde os conflitos estão a aumentar e pediu aos palestinianos de Gaza que eliminassem o Hamas e fizessem com que os reféns israelitas voltassem para casa, sendo mesmo a única forma de acabar com a guerra: "Peço aos moradores de Gaza que ajam agora para eliminar o Hamas e devolver os sequestrados. Essa é a única maneira de acabar com a guerra".

Na semana passada tinham sido dados alertas de evacuação para as zonas perto das cidades de Rafah, no sul, e de Khan Yunis, pedindo-lhes que se desloquem para a zona de Al-Mawasi, na costa, considerada anteriormente como zona humanitária. Agora as declarações de Katz não esclareceram que partes de Gaza é que Israel pretende controlar.

Esta quarta-feira o Fórum das Famílias dos Reféns afirmou que as famílias ficaram "horrificadas" com o anúncio do ministro da Defesa e pediram que o governo israelita "procurasse todos os canais possíveis para chegar a um acordo de libertação". 

O Hamas controla o enclave desde 2007 e os protestos da população contra o grupo militar têm aumentado, ou pelo menos os líderes israelitas afirmaram que foram os sinais de protesto que encorajaram o aumento da operação militar para que a pressão dos civis sobre os seus líderes possa também aumentar.  

Os líderes israelitas referiram também que pretendem facilitar a saída voluntária de palestinianos de Gaza, numa narrativa que vai de encontro ao discurso de Donald Trump, que pediu que a área fosse permanentemente evacuada e passasse a estar sob controlo dos Estados Unidos.

As forças israelitas já criaram uma zona-tampão dentro do enclave, expandido a área que existia ao redor das suas fronteiras antes do ataque de 7 de Outubro e adicionando uma área de segurança no corredor de Netzarim - uma faixa de terra que se localiza no sul da Cidade de Gaza e divide o enclave ao meio.    

Depois de dois meses de relativa calma, em março as tropas das Forças de Defesa Israelitas voltaram a entrar em Gaza e desde então que centenas de palestinianos foram mortos, a ajuda humanitária foi também cortada sob o argumento de que estava a ser utilizada em proveito dos membros do Hamas.  

Israel declarou guerra a Gaza como resposta ao ataque do Hamas ao sul de Israel a 7 de Outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e fez 251 reféns. Desde então morreram mais de 50 mil palestinianos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e fez com que grande parte da população do enclave tivesse de abandonar as suas casas.

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