Israel atinge campos de refugiados em Gaza durante expansão da ofensiva terrestre
Ofensiva terrestre foi alargada até uma zona que abriga 61 mil refugiados. Ataques aéreos israelitas terão matado centenas de pessoas, sendo que cinco delas se encontravam numa escola de raparigas quando foram surpreendidas pelos bombardeamentos.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) revelaram esta quarta-feira (27) que estão a expandir a ofensiva terrestre até aos campos de refugiados localizados no centro da Faixa de Gaza. Apesar dos diversos apelos dos Estados Unidos para que Israel reduza as vítimas civis, as forças israelitas já vieram a dizer que a guerra com o Hamas poderá durar meses.
"Expandimos os combates para uma área conhecida como campos do centro", avançou o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, durante uma conferência de imprensa.
Na passada terça-feira (26) as IDF ordenaram a retirada de residentes - que se encontravam no perímetro Gaza-Israel e até à costa - já que os bombardeamentos se estariam a intensificar. A zona, que incluía os campos de refugiados de Bureij, Maghazi e Nuseirat e que abrigavam atualmente 61 mil deslocados, segundo dados da ONU, acabou por ser alvo de intensos ataques.
Sabe-se que na noite que antecedeu ao Natal morreram no campo de refugiados de Maghazi mais de 100 pessoas, segundo as autoridades que controlam Gaza. Cinco das vítimas morreram numa escola de raparigas, conforme indica a agência de notícias afiliada ao Hamas, Safa.
Também em Nuseirat os ataques aéreos israelitas acabaram por vitimar algumas pessoas e ferir outras dezenas, como aponta a agência de notícias palestiniana Wafa. No total, sabe-se que morreram cerca de250 palestinianos em apenas 24 horas.
Inicialmente os residentes desta área foram instruídos a mudarem-se imediatamente para abrigos na cidade vizinha. Com centenas de milhares de pessoas deslocadas, Deir al-Balah enfrenta agora um período de grandes dificuldades ao ter que abrigar milhares de refugiados.
A ONU entretanto veio a dizer, na passada terça-feira, que está seriamente preocupada com estes ataques, que destruíram por completo as estradas que ligam os três campos de refugiados, e alertou ainda para "situação humanitária cada vez mais profunda e já catastrófica" que tem colocado os abrigos e os hospitais cada vez mais sobrelotados e com poucos recursos. Segundo um relatório dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), citado pela ONU, o hospital de al-Aqsa, em Deir al-Balah, já tem no seu interior 131 mortos.
Desde que o Hamas atacou Israel a 7 de outubro que os confrontos já provocaram a morte de 20.900 palestinianos, segundo o ministério da saúde de Gaza citado pela agência Associated Press. A maioria das vítimas serão crianças e mulheres.
Edições do Dia
Boas leituras!