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Hamas ainda não reagiu ao plano de paz. Trump dá "três ou quatro dias”

Débora Calheiros Lourenço 30 de setembro de 2025 às 21:16

Em Israel o plano ainda não conseguiu gerar consensos, com o ministro das Finanças considerou que o plano se trata de um “fracasso diplomático retumbante”: “Os nossos filhos serão forçados a lutar em Gaza novamente”.

Depois de Trump ter apresentado o seu , e de ter conseguido o apoio de Benjamin Netanyahu, falta agora a resposta por parte do Hamas. Ao que parece o presidente dos Estados Unidos deu “cerca de três ou quatro dias” ao Hamas para responder, o grupo já avançou que vai discutir o plano internamente e com outras fações palestinianas antes de concordar. Se concordar com o plano o Hamas ficará obrigado a libertar todos os reféns israelitas, vivos e mortos, “num prazo de 72 horas” e ficará afastado da governação de Gaza. 
Plano de paz de Trump aguarda reação do Hamas em Gaza AP Photo/Abdel Kareem Hana, file
Apesar de não existir ainda uma resposta oficial por parte do Hamas, uma fonte próxima do grupo disse à Reuters que o plano é “completamente tendencioso a favor de Israel” e que impunha “condições impossíveis” como a eliminação do grupo: “O que Trump propôs é a adoção total de todas as condições israelitas, que não concedem ao povo palestiniano ou aos moradores da Faixa de Gaza quaisquer direitos legítimos”.  
Já esta terça-feira Benjamin Netanyahu publicou um vídeo no Telegram onde avançou que as Forças de Defesa Israelitas “permanecerão na maior parte do território” que Israel disse “absolutamente não” há possibilidade da criação de um Estado palestiniano: “Em vez de o Hamas nos levar ao isolamento, nós invertemos a situação e isolámos o Hamas. Agora, o mundo inteiro, incluindo o mundo árabe e mulçumano, está a pressionar o Hamas a aceitar as condições que estabelecemos em conjunto com o presidente Trump”. No entanto em Israel nem todos estão tão otimistas como Netanyahu e o ministro das Finanças considerou que o plano se trata de um “fracasso diplomático retumbante”: “Os nossos filhos serão forçados a lutar em Gaza novamente”.   Danny Danon, embaixador de Israel na ONU, afirmou que se o Hamas rejeitar o plano de paz, Israel vai “terminar o trabalho” em Gaza: “Se rejeitarem o plano, Israel terminará o trabalho, seja da maneira fácil ou da maneira difícil. O regresso deles [os reféns] não pode esperar. Este não é apenas um roteiro para os trazer de volta. É também um plano para acabar com a tirania do terror desencadeada a 7 de outubro”.   A União Europeia já se demonstrou “pronta para contribuir” para o plano de paz. No X, Ursula von der Leyen afirmou que “as hostilidades devem terminar com o fornecimento imediato de ajuda humanitária à população de Gaza e com a libertação imediata de todos os reféns”. Além disso, e apesar da oposição de Netanyahu, von der Leyen reforçou que “uma solução de dois Estados continua a ser o único caminho viável para uma paz justa e duradoura no Médio Oriente, com os povos israelita e palestiniano a viverem lado a lado, em paz e segurança, livres de violência e terrorismo”.  A Espanha também já se posicionou a favor do plano, o governo de Pedro Sanchez tem sido um dos governos ocidentais mais críticos de Israel e o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu: “Espanha acolhe qualquer esforço de negociação para pôr fim à guerra e reitera a sua exigência de um cessar-fogo permanente, a libertação de todos os reféns e a entrada em massa de ajuda humanitária para deter o sofrimento que já dura há muito tempo”. O governo espanhol avançou ainda que vai investigar empresas que anunciam produtos ou serviços originários dos territórios palestinianos ocupados por Israel.   Apesar das aparentes tentativas de paz, o enclave palestiniano continua a ser atacado pelas forças de Israel e o Ministério da Saúde de Gaza referiu hoje que o número de mortes aumentou para 66 097. 
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