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"Antiamericano": Jimmy Kimmel ataca tentativas de censura e Trump no seu regresso

Sofia Parissi 24 de setembro de 2025 às 13:06

O programa de Kimmel foi suspenso na semana passada devido às declarações sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk. Donald Trump lamentou o regresso do comediante à televisão.

O apresentador norte-americano Jimmy Kimmel regressou esta terça-feira ao canal televisivo ABC, que pertence à Disney, e emocionou-se durante o discurso de abertura. Após ter sido suspenso na semana passada devido as declarações sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, o comediante mencionou, em lágrimas, que não tinha como "intenção menosprezar o assassinato de um jovem".
Jimmy Kimmel critica ameaças "antiamericanas" à liberdade de expressão Randy Holmes/Disney via AP
"Também não era a minha intenção culpar nenhum grupo específico pelas ações do que – era obviamente um indivíduo profundamente perturbado", disse.  no dia 10 de setembro. O apresentador criticou ainda aquilo que considera serem ameaças "antiamericanas" à liberdade de expressão. "Um governo que ameaça silenciar um comediante de quem o presidente não gosta é anti-americano", referiu.
O regresso do programa Jimmy Kimmel Live! não foi transmitido para todos os espetadores norte-americanos, devido à oposição de algumas estações locais (afiliadas à ABC) ao regresso do comediante à televisão. Kimmel também criticou Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), que regula a televisão nos EUA, por ter apelado à suspensão do programa.
Donald Trump lamentou o regresso do programa de Jimmy Kimmel na sua própria rede social, a Truth Social. "Não acredito que a ABC Fake News devolveu o emprego ao Jimmy Kimmel". "Vamos ver como nos saímos. Da última vez que fui atrás deles, eles deram-me 16 milhões de dólares (cerca de 13 milhões de euros). Este parece ainda mais lucrativo", acrescentou. No ano passado, Donald Trump instaurou um processo por difamação contra a estação ABC e a Disney aceitou pagar 15 milhões de dólares.
Após tomar conhecimento da suspensão de Kimmel, na quinta-feira passada, Trump celebrou a decisão nas redes sociais. “O programa de Kimmel, com as suas baixas audiências, está cancelado. Parabéns à ABC por finalmente ter tido coragem." Estas declarações geraram um debate aceso acerca da liberdade de expressão nos EUA, com várias figuras influentes a mostraram-se preocupadas com uma possível política de silenciamento por parte do governo norte-americano. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, afirmou na rede social X que o Partido Republicano “não acredita em liberdade de expressão”. Esta terça-feira, Kimmel afirmou sobre Trump: "O presidente dos EUA deixou bem claro que quer ver-me a mim e às centenas de pessoas que trabalham aqui despedidos dos nossos empregos. O nosso líder comemora o facto de os americanos perderem os seus meios de subsistência porque não sabe aceitar uma piada". As declarações que levaram à suspensão do programa foram feitas por Kimmel a 15 de setembro. “Atingimos novos mínimos no fim de semana com o gangue MAGA [Make America Great Again] a tentar desesperadamente caracterizar este miúdo [Tyler Robinson] que assassinou Charlie Kirk como alguém que não um dos deles e a fazer tudo o que podem para marcar pontos políticos com isto”, afirmou o apresentador. 
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