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Afegãos e paquistaneses reúnem em Doha para negociações sobre violência nas fronteiras

Débora Calheiros Lourenço 18 de outubro de 2025 às 14:03

O Paquistão referiu que vão ser discutidas “medidas imediatas para acabar com o terrorismo transfronteiriço".

Delegações afegãs e paquistanesas estão reunidas na capital do Qatar para tentarem encontrar um fim para a crise mais mortal dos últimos anos nas suas fronteiras depois de mais de uma semana de combates matarem dezenas de pessoas de ambos os lados.
Homens reúnem-se perto de cova durante negociações Afeganistão-Paquistão Foto AP/Shafiqullah Mashaal
Ambos os governos enviaram os seus ministros da defesa, que estão a trabalhar para encontrarem “medidas imediatas para acabar com o terrorismo transfronteiriço proveniente do Afeganistão e restaurar a paz e a estabilidade ao longo da fronteira”, referiu o Paquistão. A Arábia Saudita e o Qatar têm pedido que a calma seja restaurada uma vez que a violência ameaça destabilizar ainda mais a região, onde grupos como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda estão a ressurgir, no entanto tanto o Afeganistão como o Paquistão afirmam que estão apenas a responder às agressões do país vizinho. Uma trégua de 48 horas chegou ao fim na noite de sexta-feira e apenas poucas horas depois o Paquistão lançou ataques a dois distritos da província de Paktika, no leste do Afeganistão. Segundo o que autoridades de segurança avançaram à Associated Press os alvos eram esconderijos do grupo militar Hafiz Gul Bahadur e o ataque foi feito em resposta direta ao atentado suicida contra um complexo das forças de segurança em Mir Ali. Enquanto a Força Aérea paquistanesa refere que os ataques mataram dezenas de combatentes armados e não houve baixas civis, as autoridades afegãs garantem que já morreram pelo menos dez civis, incluindo mulheres, crianças e jogadores de críquete locais. Zabihullah Mujahid, principal porta-voz do governo Talibã, criticou os “repetidos crimes das forças paquistanesas e a violação da soberania do Afeganistão” que considerou como “tentativas deliberadas” de prolongar o conflito”. Os dois países partilham uma fronteira de mais de dois mil e quinhentos quilómetros, conhecida como Linha Durand, que tem sido alvo de tensões nas últimas décadas.
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