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Afeganistão: talibãs mandam fechar cabeleireiros e salões de beleza

Débora Calheiros Lourenço 05 de julho de 2023 às 22:22

Esta medida é tornado pública poucos dias depois do líder supremo Haibatullah Akhunzada ter garantido que o seu governo estava a trabalhar para melhorar a vida das mulheres no Afeganistão, prometendo-lhes uma "vida próspera e confortável seguindo a lei islâmica".

A administração talibã do Afeganistão ordenou o encerramento de todos os cabeleireiros e salões de beleza até ao final do mês de julho. Esta é a mais recente restrição imposta às liberdades das mulheres e foi anunciada pelo porta-voz do Ministério para a Prevenção do Vício e a Propagação da Virtude, o motivo promete partilhar depois da medida entrar em vigor.

REUTERS/Ali Khara

Os talibãs assumiram o poder em agosto de 2021, após a retirada das tropas dos Estados Unidos do Afeganistão. Desde então as mulheres têm visto quase todas as suas direitos retiradao, já proibiram o acesso à educação, aos espaços públicos como ginásios ou parques e às atividades laborais que não se realizem em organizações governamentais, agora chega a vez dos cabeleireiros e dos salões de beleza.

Mohammad Sadiq Akif, porta-voz do Ministério para a Prevenção do Vício e a Propagação da Virtude, não adiantou muitos detalhes sobre a restrição além de que deveria entrar em vigor no prazo de um mês. Quanto às explicações, remeteu-as ao momento após a implementação: "Quando os estabelecimentos estiverem encerrados, vamos partilhar o motivo com os meios de comunicação".

Esta medida é tornado pública poucos dias depois do líder supremo do país do médio oriente, Haibatullah Akhunzada, ter garantido que o seu governo estava a trabalhar para melhorar a vida das mulheres no Afeganistão, prometendo-lhes uma "vida próspera e confortável seguindo a lei islâmica".

No comunicado divulgado a 25 de julho Haibatullah Akhunzada refere que "o estatuto da mulher como ser humano livre e digno foi restaurado e todas as instituições foram obrigadas a ajudar as mulheres a garantiu casamento, herança e outros direitos".

Em março do ano passado o Afeganistão foi considerado, pela ONU, o país do mundo mais repressivo para as mulheres e meninas, que se vêm privadas de muitos direitos básicos. Apesar da forte contestação internacional a que o sistema tem sido sujeito os talibãs não parecem ceder e continuam a garantir que as restrições são temporárias.

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