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Portugal testa semana de quatro dias, Grécia avança para seis. Qual o caminho a seguir?

A partir de 1 de julho os trabalhadores gregos poderão trabalhar seis dias por semana, uma decisão que parece empurrar a Grécia numa direção oposta do resto da União Europeia, incluindo Portugal.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou na quarta-feira não excluir a possibilidade de estender a semana de quatro dias de trabalho à administração pública, sublinhando que esta pode ser uma forma de valorização dos trabalhadores do Estado.

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No parlamento, Luís Montenegro afirmou que tem acompanhado esta questão "com atenção", afirmando que não tem dúvidas das mais-valias e vantagens da implementação deste sistema. Nesse caso a mudança seria apenas no número de dias e não no número de horas, "com a manutenção da carga horária semanal", explicou o líder do Governo.

Defendeu que é preciso realismo na abordagem deste tema e disse acreditar "que é possível fazer algum alargamento das experiências em empresas que estejam disponíveis" e "cuja atividade é conciliável e compatível com esta alteração".

Esta semana já tinha sido publicado orelatório sobre o projeto-pilotoda implementação da semana de quatro dias em 41 empresas privadas em Portugal que demonstrou benefícios para a saúde mental e uma melhoria na conciliação entre a vida pessoal e o trabalho.

Já a Grécia está a caminhar na direção contrária e a partir do dia 1 de junho vai ser possível que a semana de trabalho dure seis dias. A nova legislação deverá ter impacto especialmente em instalações industriais e empresas com serviços disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana. Isto significa que a carga laboral pode passar para as 48 horas semanais.

O projeto de lei esclarece que são os funcionários que devem escolher se querem trabalhar um dia extra, caso as empresas assim o desejam e os funcionários que trabalharem mais horas devem também receber mais. O governo tem defendido que as novas regras vão simplificar a administração e acabar com as horas de trabalho extra.

A maior parte dos países europeus parece estar mais inclinado para diminuir ou reorganizar a jornada laboral, como Portugal, do que para a aumentar, como a Grécia. Modelos experimentais da semana de quatro dias estão a ser usados na Alemanha, Bélgica, França, Reino Unido, Espanha e Islândia, com alguns países a apostar em manter as 40 horas semanais em apenas 4 dias enquanto outros mantém o salário e diminuem o número de horas.

Atualmente os gregos já trabalham mais horas do que a média europeia. Segundo os dados da OCDE, em 2022, um trabalhador grego trabalhou em média 1.886 horas enquanto a média da UE foi de 1.571 horas.

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