Sobre as comissões cobradas pelo banco, o presidente da CGD disse que para já irão ser mantidas as comissões.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros históricos de 1.400 milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 2% do que no mesmo período de 2024, divulgou hoje o banco.
Paulo Macedo da CGD apresenta lucros de 1.400 ME até setembro em LisboaANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
Na abertura da conferência de imprensa, o presidente executivo do banco público, Paulo Macedo, disse que, apesar do ligeiro crescimento dos lucros num contexto de queda das taxas de juro, o volume de negócios cresceu 10 mil milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano em Portugal.
Entre janeiro e setembro, a margem financeira (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) caiu 9,7% para 1.916 milhões de euros, enquanto as comissões subiram ligeiramente (0,5%) para 439 milhões de euros.
Sobre as comissões cobradas pelo banco, o presidente da CGD disse que para já irão ser mantidas as comissões, mas acrescentou que é preciso de futuro fazer uma reflexão pois, considerou, a CGD tem das comissões mais baixas do mercado.
O banqueiro afirmou que é preciso repensar algumas isenções de comissões, como nas transferências de crédito e em alguns créditos à habitação.
Os custos de estrutura aumentaram 3,8% para 810 milhões de euros.
Destes, os custos com pessoal desceram 0,2% para 387 milhões de euros.
Ainda até setembro, houve reversão de 'provisões imparidades para risco de crédito' no valor de 161 milhões de euros (abaixo da reversão de 197 milhões de euros do período homólogo de 2024).
Também em 'outras provisões e imparidades' houve reversão de 119 milhões de euros (quando em período homólogo foram constituídos 91 milhões de euros), o que ajudou ao resultado líquido do banco público.
As contas da CGD hoje apresentadas já refletem 29 milhões de euros de devolução do adicional do setor bancário, imposto declarado inconstitucional e que por isso o Estado tem de devolver.
No período em análise, a operação em Portugal contribuiu com 1.290 milhões de euros para o resultado líquido consolidado e a atividade internacional com 106 milhões de euros.
No exterior, o BNU de Macau contribuiu com 37 milhões de euros, o BCI de Moçambique com 31 milhões de euros e o BCG de Angola com 16 milhões de euros.
A rendibilidade líquida dos capitais próprios passou de 18,8% no final de setembro do ano passado para 17,7%, enquanto a rendibilidade líquida do ativo recuou 0,2 pontos percentuais para 2,5%.
Por sua vez, o custo do risco do crédito manteve-se negativo, em -0,33%.
Em Portugal, o efeito da descida das taxas de juro "foi compensado pelo aumento de 3.300 milhões de euros no volume de crédito concedido", tendo a atividade doméstica contribuído com 1.500 milhões de euros para a margem financeira consolidada.
No geral, a carteira de crédito bruta a clientes aumentou 5,1% para 58.189 milhões de euros, dos quais 50.912 milhões de euros foram em Portugal.
O crédito a empresas atingiu 22.101 milhões de euros no final de setembro e para particulares 28.811 milhões de euros, representando aumentos de 5,8% e 7,8% desde o início do ano.
Junto dos particulares, a carteira de crédito cresceu 7,6% para o crédito à habitação (27.485 milhões de euros) e 11,0% no crédito ao consumo e outras finalidades.
Por sua vez, os depósitos cresceram 2,8% no balanço consolidado desde o início do ano, para 89.195 milhões de euros. Na atividade doméstica, a subida foi de 4,0%, apoiada no aumento dos recursos das empresas e institucionais, que subiram 14,9% para 18.382 milhões de euros. Na atividade internacional, houve uma descida de 5,6% para 10.426 milhões de euros.
A CGD congratulou-se com a liderança na quota de crédito total (18%), particulares (19,7%) e crédito habitação (24,1%).
No final de setembro, a CGD contava com 5.962 trabalhadores e 512 agências em Portugal, mantendo o número de balcões, mas contando com menos 265 trabalhadores que o reportado há um ano.
Questionado sobre a venda do Banco Caixa Geral -- Brasil, Paulo Macedo disse que há agora mais ofertas que no processo anterior, mas que a operação não acontecerá antes do próximo ano ou 2027.
Já sobre a alienação da sua participação de 19% na Águas de Portugal, o presidente da CGD referiu que a venda à Parpública está a ser ultimada, mas não quis adiantar quanto poderá render ao banco público.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.