O ministro das Infraestruturas diz que Alfredo Casimiro, acionista privado da Groundforce, "provou que não é sério".
O acionista privado da Groundforce, Alfredo Casimiro, "enganou o Governo, os portugueses e os trabalhadores da sua empresa". A acusação é feita por Pedro Nuno Santos, que está a ser ouvido esta quarta-feira, 24 de março, na Assembleia da República, sobre a situação da Groundforce e da TAP.
Numa intervenção inicial em que começou por descrever o processo que levou a que a Groundforce ficassem sem disponibilidade de tesouraria para pagar salários, o ministro das Infraestruturas e da Habitação teceu duras críticas a Alfredo Casimiro, contra quem já apresentou, aliás, umaqueixa-crime por o empresário ter gravado uma conversa privada.
O primeiro passo deste processo, recordou, foi o pedido de um empréstimo por parte da Groundforce. "A empresa quis um apoio, um
empréstimo, inicialmente de 35 milhões de
euros. Fomos contactados recebemos a empresa com muita vontade de cooperar, fizemos a ligação com o Ministério das Finanças, que depois faz a ligação com o Ministério da Economia", relatou.
O ministro sublinhou que, apesar da disponibilidade para apoiar a Groundforce, um empréstimo desta natureza não seria da responsabilidade do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, mas do Ministério das Finanças, pelo que a acusação feita por Alfredo Casimiro de que foi o ministério de Pedro Nuno Santos a atrasar o processo "não faz sentido".
O empréstimo em causa acabou por nunca chegar à Groundforce. A principal razão para o entrave, explicou o ministro, foi a "demora na chegada de informação financeira da empresa", não só aos ministérios responsáveis pelo processo, mas, também, à Caixa Geral de Depósitos (CGD), institutição que iria conceder este crédito. "Julgo que um governo de qualquer outro partido, inclusivamente PSD e CDS, seriam também rigorosos na atribuição do empréstimo e não emprestariam dinheiro a uma empresa de qualquer maneira", disse Pedro Nuno Santos.
Sem empréstimo, a TAP começou a fazer adiantamentos à Groundforce em agosto do ano passado, uma situação que se prolongou até ao final de 2020. Em janeiro, a companhia aérea decidiu que só continuaria a fazer estes adiantamentos mediante a concessão de garantias por parte da Groundforce. Como garantia, a TAP exigiu as ações da empresa de "handling" detidas por Alfredo Casimiro, que acedeu à exigência.
"Tivemos boa fé nas negociações e foi à última da hora que soubemos que as ações já tinham sido dadas como penhor. Este foi um momento infeliz, em que um empresário português decide enganar o Governo, os portugueses e os trabalhadores da sua empresa. Mas não foi o único", atirou o ministro.
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