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Governo garante "resposta adequada" dos aeroportos nacionais durante WebSummit

Foram recusados apenas 7 dos mais de 100 pedidos de 'slots' para voos privados em Lisboa

O Governo garantiu esta terça-feira que as infraestruturas aeroportuárias de Lisboa responderam adequadamente à procura de 'slots' para voos privados durante a Web Summit, tendo o aeroporto Humberto Delgado recusado apenas sete dos mais de 100 pedidos recebidos.

Gorverno garante 'slots' durante o evento
Gorverno garante 'slots' durante o evento Pedro Catarino/Arquivo

Em comunicado, o Ministério das Infraestruturas e Habitação detalha que a Coordenação Nacional de Slots -- entidade independente da NAV Portugal responsável pela atribuição de espaços horários para aterrar ou descolar nos aeroportos nacionais coordenados - "recebeu, entre os dias 09 e 13 de novembro, mais de 100 pedidos de 'slot' para operações no Aeroporto Humberto Delgado (AHD), tendo aprovado 95 das solicitações e apenas recusado sete que não puderam, até ao momento, ser acomodados naquela infraestrutura".

Segundo salienta, face ao período homólogo da Web Summit 2024, verificou-se um aumento de cerca de 70% no número de 'slots' atribuídos a voos privados.

Já no Aeródromo Municipal de Cascais, o ministério diz estarem até ao momento previstos 51 voos para o período referido, enquanto para Faro e para o Porto estão atualmente previstos 29 e 19 voos privados, respetivamente.

Em Beja não foram até agora registados pedidos de operação, acrescenta.

No caso específico do AHD, o executivo explica que a atribuição de 'slots' "é efetuada com base em critérios técnicos definidos", que, no caso dos voos privados, incluem um tempo máximo de permanência em terra de 45 minutos ('turnaround') e a obrigação de submissão do pedido a partir de 10 dias de antecedência em relação à data pretendida.

"Em determinados períodos do dia, a capacidade do AHD encontra-se, contudo, totalmente esgotada, devido à existência de 38 movimentos por hora (capacidade declarada) já previamente autorizados", enfatiza.

O executivo garante que as infraestruturas aeroportuárias nacionais "mantêm total disponibilidade para acolher operações privadas", nomeadamente no Aeródromo Municipal de Cascais (apontado como o "aeródromo de referência para a aviação executiva na região de Lisboa"), assim como nos aeroportos de Beja, Faro e Porto.

Ainda assim, assegura estar "a acompanhar de perto esta matéria", mantendo-se "disponível para, se necessário, adotar medidas excecionais", nomeadamente o "levantamento temporário de restrições operacionais aplicáveis aos aeródromos", como a abertura durante o período noturno.

"Portugal reafirma, assim, a sua total disponibilidade e capacidade para acolher, nas melhores condições, qualquer evento de escala global, como é o caso da Web Summit e acolher bem os seus participantes", remata o ministério.

A este propósito, recorda que Lisboa acolhe a Web Summit há já nove anos, tendo o evento vindo a afirmar-se como "um caso de sucesso internacional".

O jornal Expresso noticiou no passado sábado, citando o Financial Times, que vários jatos privados com destino a Lisboa estavam a ser desviados para Badajoz, em Espanha, "devido à falta de capacidade do aeroporto da capital portuguesa durante a Web Summit".

A informação foi confirmada pela própria organização do evento, que admitiu ter recebido queixas de delegados forçados a aterrar longe de Lisboa.