Sábado – Pense por si

"Apenas 20% dos contratos celebrados nos últimos 3 meses são permanentes"

O Governo tenciona também rever o regime de proteção no desemprego para aos trabalhadores independentes

O ministro do Trabalho e da Segurança Social denunciou hoje que apenas 20% dos contratos celebrados nos últimos três meses são permanentes e assumiu a aposta do Governo no combate à precariedade do mercado de trabalho.

"Apenas 20% de todos os contratos de trabalho celebrados nos últimos três meses foram contratos permanentes, o mesmo se tinha verificado nos três meses anteriores", afirmou Vieira da Silva, no parlamento.

O ministro da tutela, que hoje participa num debate na Assembleia da República marcado pelo PCP sobre precariedade laboral, denunciou que Portugal enfrenta o "falso trabalho independente e o risco de utilização de políticas activas de emprego, como estágios profissionais e contratos de emprego inserção, como verdadeiros substitutos de postos de trabalho".

Perante esta realidade, e para combater "o drama do trabalho informal", Vieira da Silva assegurou que "o Governo assume o combate à segmentação e à precariedade como elementos prioritários da sua estratégia".

"Essa estratégia passa pelo combate à precariedade no sector empresarial privado e no setor público, mas também por um maior e melhor critérios das medidas activas de emprego", afirmou Vieira da Silva, acrescentando que é intenção do executivo dialogar com os parceiros sociais no sentido de encontrar "um conjunto de linhas de acção" para combater a precariedade.

A promoção de relações laborais estáveis e duradouras, limitando o recurso excessivo de contratos a prazo "que devem deixar de ser a regra quase universal de contratação", o reforço das normas laborais passando pelo combate "ao uso ilegal dos contratos a termo", o reforço do papel da Autoridade para as Condições do Trabalho [ACT] e o combate ao "abuso e ilegalidade de medidas activas de emprego" são algumas dos aspectos que o Governo quer levar à mesa da Concertação Social.

O Governo tenciona também rever o regime de protecção no desemprego para aos trabalhadores independentes, promovendo "um maior equilíbrio entre deveres e direitos contributivos" destes trabalhadores "e uma protecção social efectiva [...] contribuindo para uma maior vinculação destes trabalhadores ao sistema previdencial de Segurança Social", disse o ministro.

"A dimensão e a natureza da segmentação do mercado de trabalho no nosso país não é apenas um problema de conjuntura, é uma ameaça não apenas à coesão social, mas também à nossa capacidade colectiva de aumentar o potencial de crescimento da nossa economia", assinalou o governante.

Vieira da Silva concluiu, defendendo a necessidade de "inverter uma tendência de décadas" que se verifica no país.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.