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A grande fuga dos milionários

Ana Taborda
Ana Taborda 26 de agosto de 2020 às 18:00

Saíram do país com passaportes falsos, disfarçados com chapéus e gabardinas e até com recém-nascidos em carros que avariaram a caminho de Espanha. Uns para não serem presos, muitos porque tinham sido saneados e precisavam de um emprego. Entre os que ficaram, também houve quem tivesse acabado a dar autógrafos.

Nos anos 70 ainda era normal esperar-se uns dias para registar os bebés acabados de nascer. Mas João Brito e Cunha sabia que não tinha tempo para isso. No dia da cesariana da sua quarta filha foi imediatamente tratar das burocracias. "Precisava que ela tivesse um documento para podermos sair do País", conta o próprio àSÁBADO. "A Ana [Espírito Santo, a sua primeira mulher] ainda foi para Espanha deitada no carro, com os agrafos da cirurgia e sem se conseguir dobrar. Saímos assim que o médico deixou, sete dias depois do parto", recorda.

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"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".