Medidas de resolução e venda do Novo Banco dominaram trabalho do BdP em 2015
O governador admitiu que o ano passado foi "muito exigente" para o BdP no "domínio da salvaguarda da estabilidade financeira", e antecipou que os próximos anos "serão igualmente desafiantes"
A intervenção do Banco de Portugal (BdP) no BES, em 2014, e no Banif, em Dezembro de 2015, implicou a mobilização de boa parte dos recursos do supervisor ao longo do ano passado, referiu o governador, Carlos Costa, esta sexta-feira.
"As actividades relacionadas com a implementação das medidas de resolução, com a actuação sancionatória inerente e com o processo de alienação do Novo Banco continuaram a mobilizar uma parte muito significativa dos recursos do Banco de Portugal", afirmou o líder do supervisor no parlamento.
Carlos Costa, que está a ser ouvido na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), numa reunião ordinária relacionada com o plano de actividades do BdP, sublinhou que na intervenção desta sexta-feira não se ia debruçar sobre estes processos, uma vez que foram alvo de comissões parlamentares de inquérito específicas.
O governador admitiu que o ano passado foi "muito exigente" para o BdP no "domínio da salvaguarda da estabilidade financeira", e antecipou que os próximos anos "serão igualmente desafiantes". Isto, porque "a União Bancária é uma realidade em construção", assinalou, salientando que é um processo que ainda tem "lacunas e limitações na arquitectura institucional, nas regras e nos instrumentos". E realçou: "Esta realidade dificulta o papel das autoridades nacionais, que permanecem responsáveis pela estabilidade financeira no plano nacional".
Segundo Carlos Costa, "apesar de já existir um sistema de supervisão europeu, falta criar um sistema comum de garantia de depósitos e a capacidade do Fundo de Resolução Europeu precisa igualmente de ser reforçada".
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