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BCE volta a subir taxas de juro na Zona Euro em 75 pontos base

Jornal de Negócios 27 de outubro de 2022 às 13:20

O conselho do BCE encontrou-se esta quinta-feira para decidir o futuro da política monetária da região. Para tentar travar a escalada da inflação, colocou a principal taxa em 2%.

As taxas de juro na Zona Euro vão voltar a subir. O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira um novo aumento de 75 pontos base nas taxas de referência - o segundo consecutivo desta dimensão e o terceiro desde julho - para travar a escalada da inflação.

Com efeitos a partir de 2 de novembro, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento avança para 2%, enquanto a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez aumenta para 2,25% e a dos depósitos para 1,5%.

"Com este terceiro grande aumento consecutivo das taxas diretoras, o Conselho do BCE avançou consideravelmente com a eliminação da acomodação da política monetária", justificou a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde, no comunicado que se seguiu ao encontro.

A decisão já era esperada pelo mercado dado que, desde a última reunião do conselho do BCE, a inflação continuou a subir, tendo atingido 9,9% em setembro face ao período homólogo. Já o índice dos gestores de compras (PMI) da indústria transformadora e dos serviços recuaram ambos em agosto.

Após três mudanças, o banco central "espera continuar a aumentar as taxas de juro" para "assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo". O conselho baseará, contudo, a trajetória futura das taxas de juro diretoras na "evolução das perspetivas de inflação e económicas, seguindo a sua abordagem reunião a reunião."

Além da subida dos juros, o conselho do BCE vai igualmente alterar os termos e as condições da terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (TLTRO III). As taxas de juro aplicáveis vão ser ajustadas a partir de 23 de novembro e os bancos terão datas adicionais de reembolso antecipado voluntário.

"Durante a fase crítica da pandemia, este instrumento foi crucial para contrariar os riscos em sentido descendente para a estabilidade de preços. Atualmente, devido à subida inesperada e extraordinária da inflação, este instrumento necessita de ser recalibrado para assegurar a compatibilidade com o processo mais geral de normalização da política monetária e reforçar a transmissão dos aumentos das taxas diretoras às condições de financiamento bancário", explica.

Por último, no sentido de alinhar mais estreitamente a remuneração das reservas mínimas obrigatórias detidas pelas instituições de crédito junto do Eurosistema com as condições no mercado monetário, o conselho decidiu ainda que as reservas mínimas serão remuneradas à taxa de juro da facilidade permanente de depósito do BCE.

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