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Administração Biden trava software Kaspersky nos EUA

Andreia Antunes 21 de junho de 2024 às 09:37

Anúncio foi feito pela secretária do Comércio, que cita preocupações de segurança.

A administração Biden pretende proibir a venda desoftwareantivírus feito pela Kaspersky Labs, uma empresa russa, nos Estados Unidos.

REUTERS/Maxim Shemetov

Gina Raimondo, secretária norte-americana do Comércio, considerou que a influência russa sobre a empresa é um risco significativo de segurança.

À agência noticiosa Reuters, uma fonte frisa que o acesso privilegiado dosoftwareaos sistemas de um computador permitem o roubo de informação de aparelhos norte-americanos, ou a instalação demalware, ou o impedimento de atualizações de segurança. A Kaspersky serve fornecedores de infraestruturas importantes e governos locais.

"A Rússia mostrou que tem a capacidade e a intenção de explorar as empresas russas como a Kaspersky para recolher e militarizar a informação pessoal dos norte-americanos e é por isso que nos vemos obrigados a tomar a ação que tomamos hoje", frisou Gina Raimondo.

Do outro lado, a Kaspersky defendeu que a decisão dos EUA se baseia "nas preocupações teóricas e no clima geopolítico, em vez de numa avaliação abrangente da integridade dos produtos e serviços da Kaspersky". Em comunicado, a empresa garantiu que as suas atividades não colocam em causa a segurança nacional dos EUA e que vão procurar caminhos legais para preservar as suas operações no país.

As novas restrições às vendas desoftwareKaspersky, que também impedirão odownloadde atualizações, revendas e licenciamento do produto, entram em vigor a 29 de setembro, 100 dias após a sua publicação, de forma a dar tempo às empresas para encontrar alternativas. Os novos negócios da Kaspersky nos Estados Unidos serão bloqueados 30 dias após o anúncio das restrições.

As vendas de produtos de marca branca - que integramsoftware Kaspersky em elementos vendidos com uma marca diversa - também serão proibidas, e o Departamento de Comércio notificará as empresas antes de tomar medidas coercivas contra elas.

Com as novas regras, os vendedores e revendedores que violarem as restrições enfrentarão multas do Departamento de Comércio, sendo que se alguém violar deliberadamente a proibição, o Departamento de Justiça pode instaurar um processo-crime.

Já os utilizadores do software não serão sujeitos a sanções legais, mas serão encorajados a deixar de o utilizar.

A Kaspersky, que já garantiu ser uma empresa de gestão privada sem ligações ao governo russo, tem estado na mira dos reguladores há alguns anos. Em 2017, o Departamento de Segurança Interna baniu o seu principal produto antivírus das redes federais, alegando ligações aos serviços secretos russos, já que a lei russa permite que as agências de serviços secretos obriguem a Kaspersky a prestar assistência e a intercetar comunicações utilizando redes russas.

Os Estados Unidos tem vindo a tentar proibir ou restringir transações entre empresas americanas e empresas de Internet, telecomunicações e tecnologias de países "adversários estrangeiros" como a Rússia e a China. O antigo presidente Donald Trump tentou impedir os norte-americanos de utilizarem as redes sociais chinesas como o TikTok e o WeChat. No entanto, os tribunais federais suspenderam as medidas.

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