Sábado – Pense por si

Presidente do COP acredita em Tóquio2020 com público

24 de dezembro de 2020 às 17:00
Capa da Sábado Edição 26 de agosto a 1 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 26 de agosto a 1 de setembro
As mais lidas

José Manuel Constantino não muda os objetivos da missão nacional, que deverá contar com 80 atletas.

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) acredita na realização dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, com público, ainda que "num quadro completamente distinto", mantendo intactos os objetivos da missão nacional, que deverá ser representada por até 80 atletas.

"Parece-me relativamente seguro poder dizer que vai haver Jogos, mas que Jogos, sob que condições, vamos ainda ter de aguardar algum tempo para perceber como é que as coisas vão ocorrer, para perceber qual é o efeito da evolução pandémica à escala global, qual o efeito que as vacinas vão ter do ponto de vista da imunidade global", indicou José Manuel Constantino, em entrevista à agência Lusa.

O presidente do COP acha que os próximos Jogos Olímpicos, adiados para o próximo verão devido à pandemia de covid-19 e reagendados para o período entre 23 de julho e 08 de agosto de 2021, vão ter público, embora não "em condições ditas normais".

"Estou convencido que, com protocolos de segurança muito rígidos, muito apertados, vai haver público e vai haver a possibilidade de pessoas de outros continentes e de outros países poderem visitar o Japão nessa altura, e poderem estar em Tóquio e assistir às diferentes competições", completou.

A pandemia de covid-19 'revolucionou' os calendários desportivos e Tóquio2020 não foi exceção, com o Comité Olímpico Internacional e o Comité Organizador a decidirem, em 24 de março, adiar, pela primeira vez na história, a competição, inicialmente agendada entre 24 de julho e 09 de agosto deste ano.

"Nós não alterámos os objetivos, quer do ponto de vista da constituição da missão, quer do ponto de vista das modalidades representadas, quer do ponto de vista dos resultados a obter: mantém-se tudo intacto. Agora, eu não escondo que o quadro em que estamos a gerir a nossa participação é um quadro completamente distinto daquilo que tínhamos no início deste ano. Nós estamos a fazer uma gestão quase em função das circunstâncias, dia a dia", destacou José Manuel Constantino.

À incerteza sobre a realização dos Jogos Olímpicos, que pairou sobre o desporto internacional nos últimos meses, juntam-se agora novas "contingências" e "condicionamentos", como o menor período de adaptação ou a indefinição quanto ao apuramento.

"Para se ter uma ideia, nós tínhamos previsto a possibilidade de cada atleta poder entrar na Aldeia Olímpica nove dias antes de cada competição, para podermos resolver o problema do fuso horário e da aclimatação e da adaptação e, neste momento, o número de dias que nos permitem é apenas de cinco. Isto vai alterar por completo toda a organização da deslocação da missão e vai alterar por completo todo o quadro que tínhamos preparado de adaptação dos atletas às condições de natureza climática e de fuso horário que vão ter de enfrentar no Japão", exemplificou.

A sete meses de Tóquio2020, ainda há atletas cujo apuramento é uma perfeita incógnita, devido ao sucessivo adiamento de provas e competições, um fator de pressão extra que, segundo o dirigente desportivo, "não há como evitar".

"A única coisa que nós esperamos é que se estabilize o quadro de competições que garanta o apuramento para os Jogos, que essa estabilização seja definida de forma atempada, de modo a que os atletas, os treinadores, as federações possam programar os seus quadros de preparação tendo em atenção os momentos-chave em que vai ocorrer o apuramento. Nalgumas modalidades, esse é um processo que é igual para todos, não há aqui diferenças. Há modalidades em que os apuramentos já poderiam ter ocorrido e não ocorreram e, portanto, há menos probabilidades, menos hipóteses de apuramento", concedeu.

Ainda assim, e apesar de, até ao momento, haver apenas 36 qualificados, José Manuel Constantino mantém a previsão de um "número entre os 70 e os 80 atletas" portugueses apurados para Tóquio2020, uma comitiva "razoável", ainda à espera do desfecho do torneio de apuramento olímpico de andebol masculino.

"É um número, se excluirmos o futebol de 11 que esteve no Rio, muito próximo daquilo que tivemos nos Jogos do Rio [92 atletas]. Não alterámos aquilo que era o nosso prognóstico, a nossa previsão, o nosso objetivo. Mantemo-lo. Não é fácil, mas pensamos que está perfeitamente ao alcance dos atletas que ainda estão em fase de apuramento", defendeu.

Imutáveis permanecem também, apesar do forte impacto da pandemia de covid-19 no panorama desportivo nacional, os objetivos definidos em 2017 no contrato-programa assinado com o Governo, no qual, "face ao quadro expectável de atletas" que Portugal tinha "com possibilidades de se apurarem para os Jogos", foi estipulada a meta de duas posições de pódio na capital nipónica.

"A situação que estamos a viver em nada veio alterar esse objetivo e, portanto, é esse objetivo que se mantém", rematou José Manuel Constantino.

AMG // JP

Lusa/Fim

Sinais do tempo na Justiça

A maioria dos magistrados não dispõe de apoio psicológico adequado, o que resulta em inúmeros casos de burnout. Se esta estratégia persistir, a magistratura especializada comprometerá a qualidade do trabalho, sobretudo na área da violência doméstica.

Hipocrisia

Agora, com os restos de Idan Shtivi, declarado oficialmente morto, o gabinete do ministro Paulo Rangel solidariza-se com o sofrimento do seu pai e da sua mãe, irmãos e tias, e tios. Família. Antes, enquanto nas mãos sangrentas, nem sequer um pio governamental Idan Shtivi mereceu.

Urbanista

Insustentável silêncio

Na Europa, a cobertura mediática tende a diluir a emergência climática em notícias episódicas: uma onda de calor aqui, uma cheia ali, registando factos imediatos, sem aprofundar as causas, ou apresentar soluções.