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Origem de FC Porto e Benfica envolta em "falsas verdades"

Quem o diz é o historiador Ricardo Serrano, no seu livro "Mitos do Futebol Português". Por seu lado, o Sporting tem uma génese documentada de forma "intelectualmente mais isenta"

O historiador Ricardo Serrado defende no livro "Mitos do Futebol Português" que a fundação do Benfica e do FC Porto está envolta em "falsas verdades", ao contrário do Sporting, cuja génese é documentada "de forma intelectualmente mais isenta".

No livro, que será apresentado em fins de Outubro ou início de Novembro, em Lisboa, o autor defende que o FC Porto foi fundado em 1906 e não em 1893 - como alega o clube portuense - e que Cosme Damião não foi um dos fundadores do Benfica.

"Em 1953 ou 1954 descobriu-se que tinha sido fundada uma colectividade chamada Futebol Clube do Porto em 1893. Não há rigorosamente nada - nenhuma prova, nenhum documento - que comprove que esse é mesmo Futebol Clube do Porto nascido em 1906", disse Ricardo Serrado à agência Lusa.

O autor, licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, advertiu que, "pelo contrário, o que existem é uma série de fundadores de 1906, que mais tarde vêm a público dizer que o FC Porto de 1906 não tem nada a ver com o FC Porto de 1893".

Ricardo Serrado defendeu também que "não há qualquer indício de que Cosme Damião tenha sido fundador do Sport Lisboa", o clube que está na origem do actual bicampeão português de futebol, na sequência da fusão com o Grupo Sport Benfica.

"Não há qualquer referência à presença de Cosme Damião no Sport Lisboa durante 1904, ano em que o clube é criado, em nenhum dos documentos existentes", assinalou o autor, que também é mestre em História Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Ao contrário do que sucedeu com os rivais lisboeta e portuense, a história da fundação do Sporting, em 1906, está, segundo Ricardo Serrado, "bem documentada, sem celeumas e escrita de forma intelectualmente mais isenta".

"A história do Sporting não tem qualquer mito por desmontar. Tem, por outro lado, a dúvida sobre o traço aristocrático, que é uma realidade. O que não quer dizer que não tenha vindo a ser diluído ao longo do tempo", notou.

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