Depois de garantir um lugar nas meias-finais dos 400 metros, a velocista confortou Tiago Pereira, que tinha falhado a final do triplo salto. E deixou uma mensagem: "Qualquer português não resume o ano num dia de trabalho".
A qualificação para as meias-finais dos 400 metros dos Jogos Olímpicos tinha sido carimbada minutos antes e Cátia Azevedo estava já na zona mista para falar aos jornalistas. Antes de declarações à RTP, houve tempo para confortar com um abraço Tiago Pereira, que não tinha conseguido chegar à final do triplo salto.
Cátia AzevedoLusa
"Costumo dizer que nem os treinadores entendem muito como é estar aqui. Entramos aqui com um monte de possibilidades na nossa mão mas, até realizar, têm de ser feitas. O Tiago fez uma época extraordinária e muitas vezes nós, incluindo eu, caímos no erro de reduzir o campeonato à nossa época", afirmou, deixando depois um aviso às críticas de falta de medalhas portuguesas.
"Qualquer português não resume o ano de trabalho num dia de trabalho. Portanto, nós somos muito cruéis com nós mesmos e é uma das coisas em que estou a trabalhar. Nós somos muito mais que uma vinda aos Jogos, muito mais que uma medalha, um quarto lugar ou um quinto lugar. Porque não está ali representado todo o nosso ano. Deveria estar, mas nem tudo corre como nós queremos e sonhamos", disse a atleta de 27 anos, natural de Oliveira de Azeméis.
Cátia Azevedo foi um trovão! Foi terceira na sua ronda e está nas meias-finais dos 400 metros pic.twitter.com/fL9GYwlwqr
A portuguesa qualificou-se durante a madrugada para as semifinais dos 400 metros dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, ao terminar a segunda série no terceiro lugar, com o tempo de 51,26 segundos.
A velocista chegou a Tóquio2020 ao estabelecer o recorde nacional, que já lhe pertencia, em 50,59 segundos, a 3 de junho, na cidade espanhola de Huelva, e disputa pela segunda vez os Jogos Olímpicos, depois de um 31.º lugar no Rio2016. "Tenho vindo a fazer uma época muito boa, muito regular. Com muito trabalho em silêncio, altos e baixos. Uma época muito dura e só nós é que sabemos o que tem sido e o quão duro foi chegar aqui e ter bons resultados. Estou muito feliz", disse.
Sobre as possibilidades de uma chegada à final, diz estar "tudo em aberto". "Há possibilidades, sei das minhas possibilidades mas também do quão duro vai ser. Tudo pode acontecer, tanto para o meu lado como para o outro lado. Hoje foi um dia de sorrir, amanhã também o é mas pode ser de um sorriso mais triste ou mais alegre. Amanhã se verá, mas enquanto não há o amanhã, há o hoje."
As semifinais dos 400 metros vão ser disputadas na quarta-feira, a partir das 19h30 locais (11h30 em Lisboa), e a final na sexta, às 21h35 (13h35).
Cátia Azevedo: "Nós somos muito mais que uma vinda aos Jogos, muito mais que uma medalha"
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