O táxi deixa-me numa das entradas da favela da Rocinha, a maior do Brasil. Segundo o motorista, que segue as indicações do GPS, o Instituto Reação, do ex-judoca e medalha olímpica Flávio Canto, é uma daquelas portas. O ambiente não convida a passeios, mas uma breve observação confirma o pior: não é ali. A vendedora de rua não faz ideia do que procuro, o reformado que bebe um chope – a cerveja em forma de imperial (ou fino) que a Família Real Portuguesa introduziu no Brasil, e que no início era exclusiva da corte – também não. Só à terceira encontro o caminho. Vale-me uma das empregadas do botequim, que me informa estar ainda longe. É preciso descer, atravessar um cruzamento grande, virar à esquerda e procurar umas escadas que dão acesso ao Complexo Esportivo da Rocinha. Chego sem dificuldade, nem perturbação. O único sinal de alerta é o plástico gasto que substitui o vidro do carro da polícia parado em frente da esquadra.

Bastidores: O homem é do tamanho do seu sonho

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