Marco serve para alertar para as ameaças que a humanidade enfrenta. Guerra na Ucrânia tornou mais próxima a ameaça de guerra nuclear. Cientistas colocaram o mundo mais próximo do fim do que nunca.
O "Relógio do Apocalipse" está mais perto do que nunca da meia-noite. O anúncio foi feito, na terça-feira, pelos cientistas atómicos que controlam o relógio e o colocaram a 90 segundos da meia-noite. A ameaça da guerra nuclear, as doenças e a volatilidade climática foram exacerbadas pela invasão russa da Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro do ano passado, e colocaram a humanidade em maior risco de extinção.
REUTERS/Leah Millis
O "Relógio do Apocalipse" foi criado pelo Boletim dos Cientistas Atómicos, uma organização sem fins lucrativos, para mostrar o quão perto a humanidade está do fim do mundo. O seu estado é anunciado todos os anos em janeiro e está agora 10 segundos mais próximo do fim do que esteve nos últimos três anos. A meia-noite é o marco simbólico da extinção da humanidade.
O agravar da situação reflete o aumento da ameaça da guerra nuclear que passou a existir depois da guerra na Ucrânia. "As ameaças ligeiramente veladas da Rússia sobre a possibilidade de usar armas nucleares lembra o mundo que o escalar do conflito por acidente, intenção ou cálculos errados é um risco terrível. As possibilidades de que o conflito pode fugir do controlo de todos permanecem elevadas", frisou Rachel Bronson, a presidente do Boletim, em conferência de imprensa.
O impacto da guerra na Ucrânia para a contabilização do "Relógio do Apocalipse" foi tal que o anúncio foi feito em russo e ucraniano para chamar a atenção dos dois países para os riscos.
O Boletim dos Cientistas Atómicos tem na sua organização peritos em tecnologia nuclear e ciência climática, contando com 13 prémios Nobel. As ameaças incluídas na contagem do tempo para o fim do mundo vão desde guerras, armas, políticas, pandemias a alterações climáticas.
Porém, no ano passado a guerra acabou a ter reflexos também nas alterações climáticas. Sivan Kartha, cientista do Instituto Ambiental de Estocolmo e membro do Boletim, lembrou que o aumento dos preços do gás natural e a diminuição de exportações da Rússia levou as empresas a procurar outras soluções, reativando centrais a carvão como alternativa. "As emissões globais de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis, depois de terem recuado com a covid-19, aumentaram para máximos em 2021 e continuaram a subir em 2022, batendo um novo recorde. Com as emissões ainda a subir, extremos climáticos continuam a acontecer e estão cada vez mais inegavelmente ligados às alterações climáticas".
O relógio foi criado em 1947 por um grupo de cientistas atómicos, onde se incluía Albert Einstein. Na época começou nos sete minutos para a meia-noite. Em 1991, com o fim da guerra fria, foi quando a humanidade esteve mais longe do extremínio: 17 minutos.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Não foi fácil, mas desvendamos-lhe os segredos do condomínio mais luxuoso de Portugal - o Costa Terra, em Melides. Conheça os candidatos autárquicos do Chega e ainda os últimos petiscos para aproveitar o calor.
Prepara-se o Governo para aprovar uma verdadeira contra-reforma, como têm denunciado alguns especialistas e o próprio Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, num parecer arrasador.
Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?
No meio do imundo mundo onde estamos cada vez mais — certos dias, só com a cabeça de fora, a tentar respirar — há, por vezes, notícias que remetem para um outro instinto humano qualquer, bem mais benigno. Como se o lobo mau, bípede e sapiens, quisesse, por momentos, mostrar que também pode ser lobo bom.