O cirurgião cardiotorácico João Queiroz e Melo foi o responsável pelo primeiro transplante de um coração em Portugal, em 1986.
O cirurgião cardiotorácico João Queiroz e Melo, responsável pelo primeiro transplante de um coração em Portugal, em 1986, foi escolhido para o Prémio Nacional de Saúde 2017, informou hoje a Direcção-Geral da Saúde (DGS).
A atribuição deste prémio levou em conta o "pioneirismo da transplantação cardíaca" de João Queiroz e Melo, assim como os seus "serviços prestados no ensino e difusão de métodos avançados no tratamento da doença cardíaca".
"A sua vasta obra no domínio da investigação e da cultura cardiológica nacional" contou igualmente para a escolha do júri, composto por Walter Osswald, que presidiu, dos bastonários das ordens dos Médicos, dos Enfermeiros, dos Farmacêuticos, dos Médicos Dentistas, dos Psicólogos, dos Biólogos e dos Nutricionistas.
Do júri fez igualmente parte o director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e o director da Escola Nacional de Saúde Pública.
O Prémio Nacional de Saúde do Ministério da Saúde português visa distinguir, anualmente, "pela relevância e excelência no âmbito das ciências da saúde, nos seus aspectos de promoção, prevenção e prestação de cuidados de saúde, uma personalidade que tenha contribuído, inequivocamente, para a obtenção de ganhos em saúde ou para o prestígio das organizações de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Em Janeiro de 2016, 30 anos após o primeiro transplante cardíaco em Portugal, o cirurgião Queiroz e Melo disse à agência Lusa que este feito colocou a sua equipa no estrelato, mas também lhe valeu ameaças de morte, numa altura em que a colheita de órgãos ainda era controversa.
"A comunidade médica, quase toda, apoiou maciçamente e ficou entusiasmada. A sociedade civil também, mas nem todos. Recebi ameaças de morte em casa, cartas anónimas. Durante uns 15 dias, três semanas olhava para um lado e para o outro quando saía de minha casa para ver se havia algum suspeito", disse nessa entrevista.
A doente Eva Pinto foi a escolhida e recebeu o coração de um dador de Coimbra, cujo órgão chegou de helicóptero. O sucesso da operação, que durou quatro horas, foi noticiado no telejornal da meia-noite e foi dessa forma que a tutela -- a ministra da Saúde era Leonor Beleza -- tomou conhecimento do feito.
O cirurgião recordou que "a doente em causa era uma senhora de fé, de grande misticismo, acreditava muito na vida".
Nascido em Tomar em 1945, João Queiroz e Melo enveredou pela Medicina por influência do seu avô, também médico.
Segundo a nota da DGS, João Queiroz e Melo realizou a especialidade de cirurgia cardiotorácica no Hospital de Santa Marta, com o Professor Machado Macedo (1979). Durante este período passou por Londres (Reino Unido), Portland e Boston (EUA) de modo a enriquecer a sua formação profissional.
Em 2009, o médico promoveu o início da implantação de válvulas percutâneas por via transpical e transfemural, tendo sido o criador e responsável do registo mundial da cirurgia da fibrilhação auricular.
Pioneiro da transplantação cardíaca em Portugal recebe Prémio de Saúde 2017
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