Sábado – Pense por si

"Paciente de Düsseldorf" é a quinta pessoa a ser curada do VIH

É o quinto paciente a ser curado do "vírus da sida" no mundo. Cientistas dizem que é um sinal positivo, mas avisam que ainda há muito trabalho a ser feito.

Mais uma pessoa foi "curada" da infeção de VIH. Desta vez, o seu nome de código é "Düsseldorf". Há quatro anos que não recebe tratamentos e continua sem apresentar marcadores da infeção.

Tal como os casos de Berlim, Londres e Centro Cidade da Esperança, os médicos realizaram um transplante de células estaminais da medula óssea para tratar uma outra doença. Neste caso, a doença a ser tratada era a leucemia. Os médicos escolhem células estaminais com uma mutação genética que permite tratar, ao mesmo tempo, a leucemia e a infeção. A medula recebida tem uma mutação genética que impede o VIH de se desenvolver no organismo, apagando a proteína CCR5, responsável pela entrada do VIH nas células humanas.

Os médicos avisam, no artigo científico publicado na Nature, que quando se fala de "cura" nestes casos, fala-se da remissão prolongada do vírus no corpo afetado. Os primeiros testes que mostravam a remissão do vírus foram feitos em 2019 e confirmados quatro anos depois do fim dos tratamentos. Ole Jensen, responsável pelo estudo agora publicado, lembra que o vírus da imunodeficiência humana continua a ser uma doença difícil de erradicar, apesar de os antivirais e outros medicamentos disponíveis no mercado contribuam para uma melhoria na qualidade de vida dos infetados.

"Düsseldorf" tem 53 anos e é o quinto paciente com VIH a ser curado. O primeiro foi Timothy Ray Brown, conhecido como "o paciente de Berlim", que viu a cura ser confirmada em 2009. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, há 38,4 milhões de pessoas com VIH em todo o mundo, sendo que o vírus está longe de estar controlado, principalmente no continente africano. A Organização das Nações Unidas definiu o objetivo de "acabar com a epidemia de SIDA em 2030", mas os analistas afirmam que o resultado está longe de ser atingido.

Artigos Relacionados

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.