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Casos de miopia estão a aumentar em todo o mundo e acredita-se que em 2050, atinja metade da população. Do ambiente à forma de sentar, saiba quais os cuidados a ter.
Entre 1990 e 2023, a taxa global de miopia triplicou, demonstra um estudo publicado na revista académica British Journal of Ophthalmology. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2050, metade da população mundial precise de óculos e que 10% sofra de alta miopia, ou seja, seis dioptrias ou mais. Os dados, recentemente divulgados pelo jornal britânico The Telegraph, suscitam um alerta por parte do oftalmologista Eugénio Leite: "Estamos a falar de números muito altos e com tendência crescente", lamenta à SÁBADO.
Peter Titmuss/Education Images/Universal Images Group via Getty Images
Em Portugal, a CUF estima que metade da população sofra de miopia ou astigmatismo: entre as crianças, já atinge 1% das que têm até cinco anos de idade. O estudo publicado na British Journal of Ophthalmology aponta ainda que a miopia afeta hoje uma em cada três crianças.
"Os casos de miopia estão a aumentar sobretudo nas crianças e isso deve-se muito à perda do hábito de brincar na rua", denuncia Eugénio Leite.
Já nos adultos, a explicação para o aumento do número de casos está na "mudança de hábitos que tivemos ao longo da vida". "A não exposição ao sol e aparecimento do mundo digital fizeram com que houvesse notoriamente um aumento no número de casos de miopia, nesta última década", justifica o oftalmologista.
A exposição aos ecrãs há muito que é apontada como a principal causadora dos problemas oculares. Algumas pessoas utilizam-nos meramente para lazer, como para videojogos. Já outras, não têm como fugir a eles: fazem parte do dia-a-dia laboral.
Quais os cuidados a ter?
Desde a forma de sentar aos cuidados com os ares condicionados, existem, no entanto, alguns hábitos que podem ser adotados. "Em primeiro lugar é preciso fazer pausas: o ideal é a cada 20 minutos parar entre 1 e 2 minutos", começa por elencar Eugénio Leite. "A segunda questão relaciona-se com a maneira ergonómica como estamos sentados: quando estamos meio de lado, os focos de luz enviesados fazem reflexos no monitor e isso prejudica a vista. Por último, temos de ter em conta o ambiente: isto porque os ares condicionados secam muito os olhos."
Além destas dicas, o especialista menciona ainda a importância das "lágrimas artificiais". "É necessário ir pondo lágrimas artificiais, diria que 2 a 4 vezes ao longo do dia ou em caso de sentirmos o olho seco."
E realça a importância dos "cuidados redobrados" no caso das pessoas que utilizam lentes de contacto. "Os utilizadores de lentes de contacto têm de ser muito mais rigorosos. Devem frequentar consultas regulares e ver se as lentes estão riscadas."
Segundo Eugénio Leite, "trabalhar em frente ao computador pode desencadear, além de miopia, astenopia ou cansaço ocular, e síndrome do olho seco". Defende, por isso, que quem utiliza os ecrãs para fins lúdicos "não deve ultrapassar o limite das 3 horas a 4 horas por dia". "Quando estamos sentados e concentrados pestanejamos 30% a menos e isso provoca alterações a nível ocular. Ou seja, faz com que o músculo que faz o zoom deixe de funcionar."
Chineses entre os que apresentam mais casos de miopia
Portugal encontra-se hoje "em alinhamento com os países desenvolvidos" no que toca ao número de pessoas que sofrem desta condição, o que significa que "não estamos nem melhor nem pior". Diferencia-se, no entanto, de países como a China. "Quase garantidamente que a China tem mais casos de miopia", sugere o especialista.
Estes resultados contrastam, no entanto, quando comparados, por exemplo, com o continente africano. "Em África haverá menos casos pelo simples facto de as crianças passarem mais tempo na rua."
A esta hipótese, a BBC acrescenta a possibilidade destes baixos valores poderem ser justificados pela questão da falta de recursos, utilizados para diagnosticar e corrigir a miopia.
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