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Manuel Antunes: “Depois de operar um bebé, sou sempre eu que dou o biberão”

Lucília Galha
Lucília Galha 16 de junho de 2018 às 16:22

Há 41 anos, entrou numa sala de cirurgia cardíaca pela primeira vez. Já operou 35 mil corações. Reformou-se esta sexta-feira.

Há um aspecto que salta à vista nos corredores do edifício do Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Além do espaço (quando estava a ser construído, o director pediu que aumentassem a área em 10% e é tudo mais espaçoso), ou das cores garridas dos corredores (o bloco é vermelho e a unidade de cuidados intensivos e intermédios rosa-lilás), há quatro vitrinas carregadas de salvas de prata e moedas de ouro – que os doentes fazem questão de oferecer a Manuel Antunes, para lhe agradecerem. O director do serviço, 69 anos, envaidece-se com a atenção, mas relativiza: "Não salvámos a vida a todos, tenho a noção de que os doentes nos dão mais do que aquilo que merecemos", diz. Não guarda nada para si, à excepção de itens pessoais. Como relógios. No dia em que conversou com a SÁBADO, na véspera de partir para a Colômbia para um simpósio, usava um (desta "colecção"), discreto, com bracelete preta. Confidenciou-nos que custava 800 euros. A conversa estendeu-se por quatro horas e meia e acabou por perder o comboio para Lisboa –, mas ainda assim, o cirurgião cardiotorácico fez questão de apresentar o serviço. E pelo caminho aproveitou para fechar umas portas, e umas luzes. Já vai perceber porquê.

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