Grupo de Ativistas em Tratamentos apela à vacinação contra a mpox e à disponibilização gratuita da vacina contra a hepatite A.
O Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) identificou um novo surto de mpox na região de Lisboa e casos de hepatite A, apelando à vacinação contra a mpox e à disponibilização gratuita e equitativa da vacina contra a hepatite A.
Novo surto de mpox em Lisboa: GAT apela à vacinação e acesso gratuito à vacina contra a hepatite AGetty Images
Segundo o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT), os seus centros de rastreio de base comunitária diagnosticaram, em outubro e este mês, novos casos de mpox na população de HSH (Homens que fazem Sexo com Homens) na região da Grande Lisboa.
"Simultaneamente, começam a surgir novos casos de hepatite A entre HSH, com possibilidade de evolução para surto", alerta o GAT em comunicado.
Contactada pela agência Lusa, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu que nas últimas semanas se observou "um aumento do número de casos [de mpox], sugerindo uma possível intensificação da transmissão, embora ainda sem evidência de um novo pico epidémico".
A autoridade de saúde sublinha ainda que, desde junho de 2024, "Portugal regista um número reduzido, mas contínuo, de casos esporádicos de mpox reportados semanalmente".
Dados da DGS indicam que se mantém uma média mensal de cerca de 11 casos pela subvariante do vírus mpox "clade Ib" num perfil oscilatório: agosto, 10 casos confirmados, setembro, 3 casos, outubro 16 casos e em novembro, 8 casos confirmados.
Os casos notificados referem-se, maioritariamente, a indivíduos do sexo masculino com idades entre os 25 e os 57 anos. Destes, 86% tiveram relações sexuais com outros homens.
Para a organização, o primeiro caso confirmado no GAT Checkpoint LX é um sinal de alerta claro: "A história pode estar a repetir-se e a resposta pública não pode, mais uma vez, chegar tarde, ainda mais com a possibilidade de dois surtos ocorrerem ao mesmo tempo (mpox e hepatite A)", avisa.
O GAT realça que os surtos ensinaram que "a vacinação, quando disponível, é a melhor prevenção, mas o acesso precário à imunização é a principal barreira à contenção da transmissão dos vírus".
Por isso, apela à imunização contra doença grave provocada pelo vírus mpox e exige o acesso equitativo e gratuito à vacina contra a hepatite A.
O GAT diz que tem insistido junto das autoridades de saúde para que as vacinas da hepatite A sejam disponibilizadas gratuitamente, de acordo com a Norma de Orientação Clínica da Direção-Geral da Saúde publicada no verão de 2025, mas até ao momento isso não aconteceu.
"Por esta razão, a vacinação da mpox continua gratuita, enquanto a vacina contra a hepatite A ainda precisa de ser adquirida numa farmácia para administração gratuita nos centros GAT Checkpoint LX e GAT Intendente", explica.
A organização sublinha que as pessoas que ainda não foram vacinadas ou que não completaram o esquema vacinal (duas doses), podem pedir prescrição médica no GAT.
"É fundamental que todas as pessoas em risco, particularmente HSH e pessoas nas mesmas redes sociais e/ou sexuais, bem como pessoas com múltiplas parcerias sexuais, se protejam através da vacinação", afirma, apelando "à ação do Ministério da Saúde"".
Em 17 de outubro de 2025, foi confirmado laboratorialmente no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), um caso de infeção por vírus mpox de "clade Ib", constituindo o primeiro caso reportado em Portugal com esta infeção.
"Embora se tenha verificado um aumento de casos reportados por clade Ib em outubro de 2025, em relação à média do ano de 2025, a interpretação deste aumento depende ainda de confirmação laboratorial e da evolução dos casos notificados nas próximas semanas", afirma a DGS.
A DGS mantém a monitorização da situação de novos casos de mpox a nível nacional e internacional e reforça as recomendações para a vacinação preventiva da população com maior risco de infeção.
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