FNAM diz que o Ministério da Saúde está a atrasar o concurso de colocação de especialistas, arriscando perdê-los para o estrangeiro.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusou este domingo o Ministério da Saúde de "grave falha de planeamento" ao atrasar o concurso de colocação de especialistas, arriscando-se a perdê-los para o privado ou para o estrangeiro.
Médicos
"Cerca de 250 médicos especialistas recentemente formados terminaram o internato médico em outubro e continuam, já em dezembro, sem qualquer colocação no Serviço Nacional de Saúde (SNS), devido ao atraso na abertura do concurso de contratação, cujo prazo legal terminou há dois dias", afirma a FNAM num comunicado enviado hoje para as redações.
O atraso foi denunciado no sábado pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e hoje corroborado pela FNAM, que critica a situação, a qual entende ter "consequências diretas na segurança dos doentes e no acesso aos cuidados de saúde".
A FNAM recorda que, entre estes profissionais, há "especialidades críticas para o SNS", nomeadamente mais de 50 médicos de Medicina Geral e Familiar, mais de 30 médicos de Medicina Interna, 16 médicos de Obstetrícia, 12 médicos de Psiquiatria e 11 médicos de Pediatria.
A federação sublinha que estes profissionais poderiam aliviar os casos de serviços de urgência encerrados e reduzir os tempos de espera em urgência, que em alguns hospitais chegam a ultrapassar as 17 horas.
Para a FNAM, este atraso no concurso "não tem justificação técnica ou administrativa", tratando-se de "uma grave falha de planeamento, de gestão e de responsabilidade política, imputável ao Ministério da Saúde, sob a tutela de Ana Paula Martins".
Além disso, acrescenta, "o país arrisca desperdiçar médicos altamente qualificados, formados ao longo de mais de uma década com investimento público, num momento em que o SNS enfrenta uma das maiores crises de recursos humanos da sua história".
A federação teme também que este atraso seja visto pelos jovens especialistas como um sinal de que o Estado até forma médicos, reconhece publicamente a sua escassez, mas depois "recusa-se a cumprir a legislação e o dever de os contratar atempadamente".
Resultado: "A saída para o setor privado ou para o estrangeiro, agravando deliberadamente a fragilização do SNS", acusa a federação que estima que, em média, todos os dias quatro médicos "abandonam o SNS".
"Cada dia de atraso representa médicos que o SNS perde e cuidados de saúde que deixam de ser prestados à população. A FNAM exige que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assuma de imediato a responsabilidade política por esta situação e cumpra a lei, procedendo à abertura urgente do concurso de contratação de médicos especialistas", acusou.
FNAM acusa Governo de "grave falha" que pode pôr em causa cuidado dos doentes
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.
Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.
A mudança do Chega sobre a reforma laboral, a reboque do impacto da greve, ilustra como a direita radical compete com as esquerdas pelo vasto eleitorado iliberal na economia.