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Deficiências congénitas na Europa não estão a diminuir

24 de março de 2016 às 08:31
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As malformações dos recém-nascidos é uma das principais causas de mortalidade infantil nos países europeus

O estudo, coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge, analisou os dados relativos a 12,5 milhões de nascimentos entre 1991 e 2011, em 19 países, tendo concluído que, durante este período, não se verificou uma diminuição na prevalência de defeitos do tubo neural, como a espinha bífida e a anencefalia.

"Apesar das recomendações que são feitas nos países europeus para que as mulheres tomem ácido fólico antes ou imediatamente após a concepção, este estudo não identificou um efeito preventivo dessas medidas", refere o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), no seusite.

Os autores do estudo defendem a fortificação dos alimentos com ácido fólico como uma medida a adoptar, à semelhança de outros países como os Estados Unidos da América.

Os defeitos do tubo neural - grupo de anomalias congénitas constituído por anencefalia, espinha bífida e encefalocelo - têm uma frequência inferior a um caso por cada 2 000 nascimentos em Portugal.

Segundo o INSA, esta frequência pode ser reduzida através de medidas de prevenção primária, como seja a toma suplementar de ácido fólico antes da gravidez.

"A evidência científica tem demonstrado que o consumo de pelo menos 0,4 mg de ácido fólico, se iniciado antes da gravidez e durante o 1º trimestre, previne cerca de 70% dos defeitos do tubo neural", salienta.

As anomalias congénitas tornaram-se nas últimas décadas uma das principais causas de mortalidade e morbilidade no período infantil constituindo por isso um importante problema de saúde pública.

As conclusões do estudoLong term trends in prevalence of neural tube defects in Europe: population based study foram publicadas noBritish Medical Journal, uma das revistas biomédicas com maior factor de impacto a nível mundial.