"Esperamos desta COP um pacote ambicioso, assente em três pilares fundamentais: mitigação, adaptação e transição justa", afirmou Maria da Graça Carvalho.
Portugal vai contribuir ainda este ano com um milhão de euros para o Fundo de Adaptação das Nações Unidas, anunciou esta segunda-feira a ministra do Ambiente e Energia na COP30, em Belém, Brasil.
Maria da Graça Carvalho discursa na COP30, em Belém, BrasilAP Photo/Fernando Llano
"A adaptação é para nós uma grande prioridade. E é com muito gosto que aqui anuncio que iremos contribuir, também, com um milhão de euros para o Fundo de Adaptação, ainda em 2025", disse Maria da Graça Carvalho na sua intervenção, em português, no segmento de alto nível da 30.ª edição da conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP30).
No seu discurso, no primeiro de dois dias deste segmento de alto nível, a ministra portuguesa começou por saudar o Brasil, país-anfitrião da COP30, e por lembrar que Portugal é um dos países europeus mais afetados pelas alterações climáticas, enfrentando fenómenos extremos como incêndios, erosão do Litoral e cheias, alternadas com períodos de escassez hídrica.
"Por isso, esperamos desta COP um pacote ambicioso, assente em três pilares fundamentais: mitigação, adaptação e transição justa".
Além do milhão de euros para o Fundo de Adaptação, criado em 2001 e gerido pela ONU para financiar projetos e programas concretos de adaptação em países em desenvolvimento, particularmente vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, a ministra acrescentou que Portugal vai também contribuir com 200 mil euros para atividades suplementares da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês).
Estes contributos juntam-se ao já anunciado de 1,5 milhões de euros para o Núcleo Lusófono para a Transparência.
A governante sublinhou no entanto que "a grande fatia" do esforço português no combate às alterações climáticas se concentra "na cooperação bilateral com países lusófonos em África", com os quais tem em execução projetos no valor de 113 milhões de euros, na área das energias renováveis.
"Desenvolvemos ainda, nos últimos anos, projetos com países em desenvolvimento em África, Ásia e América Latina na área do ambiente, água e clima no valor de 18 milhões de euros.
Maria da Graça Carvalho referiu-se em particular ao mecanismo de conversão de dívida em investimentos climáticos, já consolidado com Cabo Verde e em desenvolvimento com São Tomé e Príncipe.
Manifestando o empenho de Portugal em proteger as florestas e ecossistemas do país, saudou o Brasil pela criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, lembrando que "Portugal teve a honra em ser o primeiro país da União Europeia a associar-se a este esforço".
E recordou que Portugal defende a relevância do nexo clima-oceanos, aliado à proteção e conservação da biodiversidade: "O oceano deve assumir um papel relevante no combate às alterações climáticas".
A COP30, que decorre até sexta-feira na cidade brasileira de Belém, inaugurou hoje a sessão plenária de ministros, que a partir de hoje passam a liderar as negociações climáticas.
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