"Evitar inundações, erosão costeira, catástrofes naturais e segurança contra os grandes incêndios é segurança nacional", diz a ministra do Ambiente.
O Governo português encara a luta contra as alterações climáticas como uma questão de segurança nacional e "uma guerra" que tem de ser vencida, disse à Lusa a ministra do Ambiente e Energia de Portugal.
Maria da Graça Carvalho aborda segurança nacional na COP30 em BelémJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
"Isto é mesmo uma guerra", frisou à Lusa Maria da Graça Carvalho, à margem da inauguração do Pavilhão de Portugal na 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que começou na segunda-feira na cidade amazónica de Belém.
A ministra do Ambiente e Energia de Portugal garantiu que Portugal encara o desafio precisamente com "essa atitude": "lutar contra os efeitos das alterações climáticas, dar resiliência e dar segurança."
Esta postura, salienta, também significa "preparar a segurança nacional".
"Evitar as inundações, evitar erosão costeira, evitar catástrofes naturais, segurança contra os grandes incêndios é segurança nacional", sublinhou Maria da Graça Carvalho.
Durante os 12 dias da conferência, o Pavilhão de Portugal acolherá sete eventos diários sobre clima, oceanos, água e energia, e poderá também servir de apoio para as delegações lusófonas, com a ministra a admitir que Portugal pode ter um importante papel de mediador entre a Europa e África.
"Um ponto de encontro para as reuniões discussões", disse a ministra, logo após a abertura oficial do pavilhão idealizado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura e que contou com a participação do músico António Zambujo durante a inauguração do espaço.
A COP arrancou na segunda-feira com otimismo na cidade brasileira de Belém, após a aprovação por consenso da agenda de trabalho, considerada fundamental para "desbloquear" as negociações iniciais.
O presidente da COP30, o brasileiro André Corrêa do Lago, celebrou o acordo alcançado entre os países-membros e afirmou que, com isso, já se pode começar a trabalhar "intensamente".
O consenso sobre a agenda não é uma simples formalidade, sendo visto como uma espécie de barómetro político que permite antecipar o tom das negociações, essenciais para avançar nos temas mais delicados da cimeira climática, como o financiamento, a transição energética e a adaptação aos impactos das alterações climáticas.
O facto de a agenda ter sido aprovada logo no primeiro dia da cimeira, algo que não aconteceu nas quatro conferências anteriores, conferiu ainda mais importância ao feito.
Se a agenda não for aprovada, "os trabalhos técnicos sobre os tópicos não podem iniciar-se", explicou a diretora executiva da COP30, Ana Toni, no final do dia, em conferência de imprensa.
Segundo Toni, trata-se de "uma grande conquista", tendo em conta o atual contexto geopolítico mundial.
Durante a sessão de abertura, reiterou-se também o apelo para transformar as promessas em ações concretas, sobretudo no que diz respeito ao aumento do financiamento, à eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e à adaptação.
Tanto o secretário executivo da ONU para as Alterações Climáticas, Simon Stiell, como o presidente da COP29, Mukhtar Babayev, concordaram na urgência de agir com ambição e realismo, um apelo igualmente acolhido pelo Presidente do Brasil, Lula da Silva.
Um dos temas centrais foi o apelo para triplicar o financiamento climático.
Ao passar o testemunho ao Brasil, Babayev instou os países desenvolvidos a cumprir o roteiro acordado em Baku, que prevê um aumento dos atuais 300 mil milhões de dólares anuais para 1,3 biliões até 2035.
COP30: Portugal encara luta contra as alterações climáticas como questão de segurança nacional
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