O Inquérito Nacional sobre Consumo de Drogas e Saúde dos EUA, que serviu de base para a investigação, tem sido realizado anualmente desde 1990 e regista 1.641.041 participantes. As conclusões revelam que, em 2022, pela primeira vez, foram registados mais consumidores diários de canábis (17,7 milhões) do que de álcool (14,7 milhões).

De acordo com o estudo, entre 1992 e 2022, houve um aumento de 15 vezes na taxa per capita de pessoas que afirmam consumir canábis diariamente, ou quase diariamente. Ainda assim, continuam a existir mais pessoas que bebem álcool do que pessoas que consomem canábis.

Em declarações à BBC, Brooke Worster, médica na empresa de canábis medicinal EO Care, afirmou que "as taxas não mudaram tão drasticamente como o inquérito indica", mas "as pessoas já não sentem tanto medo de admitir que estão a consumir".

Num total de 50 estados norte-americanos, 38 permitem a utilização de canábis para fins medicinais e 24 permitem a sua utilização para uso recreativo e medicinal. No início do mês, o Departamento de Justiça dos EUA apresentou uma proposta para reclassificar a canábis, passando da classe I, que a equipara à heroína, para a classe III, onde se incluem as drogas com um potencial de dependência física e psíquica moderado a baixo.