Terra em risco de ser atingida por asteroide em 2032
Cientistas estão a acompanhar o 2024 YR4, recém-descoberto por um telescópio no Chile. América do Sul e África subsariana podem ser zonas de impacto.
Chama-se 2024 YR4, tem entre 40 e 100 metros de comprimento e existem 1% de probabilidades que atinja o planeta Terra no (não tão distante) ano de 2032. "Não estamos preocupados de todo, devido a esta possibilidade de 99% de não nos atingir", explicou à Associated Press Paul Chodas, diretor do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da NASA. "Mas merece atenção."
Segundo os dados até agora apurados, o asteroide passará a uma distância de 106.200 quilómetros da Terra. Mas caso a atinja, segundo o site Space, um impacto destes causaria uma explosão na atmosfera bem como uma cratera de impacto. "Tem provavelmente o mesmo tamanho que o asteroide Tunguska de 1908 ou a rocha de Meteor Crater", escreveu no BlueSky o "caçador de asteroides" David Rankin. "Por isso, apesar dos efeitos do impacto serem mais localizados que regionais, tem certamente o potencial de causar estragos graves à área atingida."
A colisão de Tunguska é a maior alguma vez registada na história humana, apesar de terem acontecido maiores impactos durante o período pré-histórico - incluindo o célebre asteroide que matou os dinossauros. Já em 1908, uma área de 2.150 quilómetros quadrados com 80 milhões de árvores ficou arrasada na Sibéria e três pessoas terão possivelmente morrido, aponta o Space.
Com os dados sobre o asteroide conhecidos até agora, o corredor de risco atravessa a América do Sul e a África subsariana, através do Atlântico.
O 2024 YR4 foi visto pela primeira vez através de um telescópio no Chile, do projeto ATLAS da NASA, e desde então, tem sido acompanhado de perto pelos cientistas. Ao longo dos próximos meses, indicam a NASA e a Agência Espacial Europeia, sairá do alcance dos telescópios mais poderosos do mundo mas até lá, estão a ser recolhidos dados para determinar o seu tamanho e trajetória. O risco de atingir a Terra até pode cair para 0%. Depois de desaparecer, só será visível de novo em 2028, quando passará a 8 milhões de quilómetros da Terra.
Também estão a ser analisadas imagens de 2016, quando o asteroide também esteve perto da Terra. Se for encontrado nessas imagens, pode permitir saber se vai ou não atingir o planeta. "Se não encontrarmos essa deteção, descobrir a probabilidade de impacto vai simplesmente ser mais lento à medida que adicionamos mais observações", explica Paul Chodas.
A 25 de dezembro de 2024, passou a cerca de 800 mil quilómetros da Terra - o dobro da distância do planeta à Lua.
A passagem de um asteroide deste tamanho, com o potencial de estragos graves, costuma ocorrer uma vez entre centenas de anos. A NASA assegura: até agora, não houve grandes asteroides com uma probabilidade de impacto superior a 1%. Resta aguardar pela análise dos dados ou esperar por 22 de dezembro de 2032 para descobrir o que vai acontecer.
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