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Usar fio dentário pode reduzir o risco de AVC, sugere estudo

Cientistas descobriram que esta rotina de higiene oral uma vez por semana pode diminuir em 44% a probabilidade de desenvolver um acidente vascular cerebral.

Usar fio dentário pelo menos uma vez por semana pode significar um risco menor de acidente vascular cerebral (AVC), aponta um estudo realizado nos EUA que será apresentado numa conferência sobre a lesão em fevereiro.

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A investigação foi realizada pela Universidade da Carolina do Sul e indica que a probabilidade cai 44%, ao usar fio dentário. 

Segundo os cientistas, isto acontece porque o fio dentário pode ajudar na redução das infeções orais e da inflamação no corpo. "O uso de fio dentário pode reduzir o risco de acidente vascular cerebral, ao diminuir as infeções e as inflamações orais e ao incentivar outros hábitos saudáveis", explica Souvik Sen, professor do departamento de neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Sul. "Muitas pessoas dizem que os tratamentos dentários são caros. Usar fio dentário é um hábito saudável, fácil de adotar, acessível e acessível em qualquer sítio", sublinha ao site NewsMedical.

Para a realização do estudo, os investigadores analisaram os registos de saúde de mais de 6 mil pessoas, que preencheram um formulário sobre os seus hábitos de higiene dentária. Ao longo de 25 anos, 434 pessoas tiveram um AVC.

Aqueles que usavam fio dentário, pelo menos uma vez por semana, tinham 22% menos probabilidade de ter um acidente vascular cerebral através de uma artéria bloqueada e 44% menos probabilidade de ter um AVC cardioembólico, causado pelo bombeamento de coágulos sanguíneos pelo coração para o cérebro. Além disso, tinham menos 12% de probabilidades de desenvolver fibrilação atrial - um batimento cardíaco irregular e muitas vezes rápido.

Os especialistas acreditam, assim, que o uso de fio dentário e uma boa saúde oral fazem parte dos oito fatores de risco para um AVC: bem como a dieta, a atividade física, a exposição à nicotina, o sono, o índice de massa corporal, a pressão arterial, a glicemia e os níveis de gordura no sangue.

"Este estudo oferece mais informações sobre os comportamentos específicos de saúde dentária que podem estar ligados aos riscos de AVC e à redução potencial do risco", começou por frisar Daniel Lackland, membro do Stroke Council, ao site Heart. 

Vários estudos têm apontado cada vez mais para que a má higiene oral possa levar a uma série de doenças agudas e crónicas. Anteriormente, cientistas já haviam sugerido que pessoas com doenças nas gengivas têm maior probabilidade de sofrer doenças cardíacas e que as infeções crónicas nas gengivas podem chegar aos pulmões e aumentar o risco de pneumonia.

Sabe-se também que bactérias na boca, como a Porphyronas gingivalis, libertam toxinas inflamatórias na corrente sanguínea que podem causar aterosclerose.

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